A ideia de criar um instrumento musical reutilizando caixas de charutos surgiu quando Emanuel frequentava Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Na altura, o jovem participou numa peça do Teatro Universitário do Porto (TUP) e, após uma pesquisa, encontrou este tipo de guitarras, “instrumentos artesanais que, nos anos 30, se tornaram parte da cultura popular americana”.
“Pareceu-me fazer todo o sentido construir uma para o espectáculo. Como sabia tocar um pouco, surgiu a hipótese de atuar ao vivo e construí aí a minha primeira”, conta Emanuel Santos à Lusa.
Os instrumentos são produzidos “a partir de caixas [de charutos] que encontro, que compro nas feiras da ladra, na vandoma e, por vezes, que peço a lojas que vendem tabaco, o que é difícil de conseguir pois o consumo de charutos não é muito elevado em Portugal”, explica o criador.
O artista só altera as caixas de madeira caso elas estejam danificadas, por isso, é o material que dita “o tamanho e a dimensão do comprimento da corda”, o que depois “difere no tom da guitarra”, explica Emanuel. “Por muito que queira ou tente, não há nenhuma que vá soar igual à anterior ou à seguinte”.
As guitarras de Emanuel Santos estão integradas na exposição 'Inaugurações Simultâneas', organizada pela CRU – Loja Cowork, no Porto. O artista marcou presença na mostra e deu a conhecer ao público estes instrumentos “particulares”.
“Quero que as pessoas os experimentem e me dêem, eventualmente, sugestões para que os possa reformular e melhorar”, explica Emanuel à Lusa.
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