As obras de reabilitação da primeira casa do centro histórico do Porto a custo zero, no âmbito do projeto “Arrebita Porto”, devem arrancar já no próximo Verão. O objetivo do projeto é ajudar proprietários carenciados.
Num comunicado à Lusa, José Paixão, mentor desta iniciativa explica que o projeto vem atuar sobre um “lado negligenciado do problema da reabilitação dos centros históricos, que é o facto de os proprietérios não terem meios para recuperar as suas casas.”
O arquiteto de apenas 28 e formado em Londres garante ser possível uma recuperação 'low cost'. Este conceito recorre a estudantes de arquitetura e engenharia europeus que se voluntariam para vir para Portugal conceber e realizar as reabilitações. São utilizados materiais de construção doados por empresas fornecedoras a troco de isenções fiscais.
Para “comprovar a validade do projeto”, José Paixão quer avançar com a empreitada sob a forma de projeto piloto e mostrar aos parceiros da recuperação que é possível reabilitar casas alheias e deixar todos a ganhar.
De acordo com o arquiteto responsável, é possível reabilitar a custo zero casas de proprietários carenciados, desde que se crie uma rede de parcerias com “faculdades de engenharia e arquitetura, empresas de materiais de construção e forças vivas da cidade”.
O objetivo é deixar para segundo plano “o uso do dinheiro na aquisição de valor” e garantir que o investimento seja feito com base “em trocas e contrapartidas de serviços”.
A seleção dos proprietários carenciados é feita com base na “insuficiência de meios para proceder à reabilitação” e na localização dos edifícios. “A nossa missão é combater o abandono de determinadas áreas do centro da cidade, onde a desertificação é maior e a taxa de frações devolutas é maior”, explica José Paixão.
Uma vez comprovadas as suas ideias, o arquiteto espera ver o projeto crescer e a ser “replicado noutros pontos do país com o mesmo problema”.
O projeto de José Paixão foi o grande vencedor da iniciativa FAZ – Ideias de Origem Portuguesa, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Talento.