Uma loja de artesanato em Lisboa está a fazer as delícias dos turistas dos quatro cantos do mundo que visitam a capital. Com peças únicas e cores vibrantes, a Ponto LX é já uma referência para aqueles que procuram um ícone diferente e bem contemporân
Uma loja de artesanato em Lisboa está a fazer as delícias dos turistas dos quatro cantos do mundo que visitam a capital. Com peças únicas e cores vibrantes, a Ponto LX é já uma referência para aqueles que procuram um ícone diferente e bem contemporâneo da cultura portuguesa.
por Margarida Cruz
Dos expositores do número 23 da Rua Augusto Rosa, saltam à vista “sardinhas, bonecos, animais e monstros”, as criações mais emblemáticas de Inês Areal Silva, que conta com a colaboração da mãe, Joana Areal, para conceber estas originais produções. “Fazemos o que gostamos”, conta a jovem de 29 anos ao Boas Notícias. “Pegamos nos temas típicos portugueses e criamos a partir deles, da maneira mais original possível”.
A ideia está a conquistar cada vez mais adeptos. Desde que abriu as portas, em 2006, que os 'bichos da Ponto LX' têm vindo a correr as bocas do mundo. Na página de Facebook partilham-se fotos das grandes e inéditas sardinhas daquela loja, a viajar pelos seis continentes. Mas nenhuma é igual a outra.
“O lema é nunca repetir e tornar cada peça única. Por muitas sardinhas, camaleões e dragões que faça, embora sejam parecidos, há sempre qualquer coisa que os distingue: a cor dos olhos, da cauda, as patas… Se eu fizer 3 dragões.lx com o mesmo tecido, então são todos de tamanhos diferentes, a não ser que seja por encomenda para o mesmo cliente”, conta Inês.
Com uma procura em constante crescimento, os pedidos são cada vez mais, e o tempo cada vez menos. “Tem de haver sempre sardinha fresca”, ri-se a responsável. “A sardinha é daquelas peças que mal aquece o espaço na loja e que estamos sempre a ser contactadas por Facebook para fazer mais por encomenda”.
“Não há espaço para produção em massa”
Criação própria, linha estilizada, cores vibrantes e com contraste, resistência e costura de qualidade (primeiro à máquina e, depois, complementada à mão) são os principais pilares que, para Inês, definem a imagem da Ponto LX.
“Foi a aplicação de um saber natural, quase inato. Embora tenha tirado o curso de Ourivesaria e Metais na Escola Secundário António Arroio, sei costurar praticamente desde sempre e, na família, somos nós que fazemos as nossas prendas de anos e de Natal”, conta a jovem, filha de pai moçambicano e de mãe madeirense.
Depois de um mercado que começou por ser exclusivamente turista, nos últimos cinco anos, a Ponto LX tem vindo a conquistar cada vez mais portugueses. “Às vezes até conseguem ser mais impulsivos e colecionadores que os estrangeiros!”, revela.
Os preços são mais que muitos, tal como os produtos. O postal mais barato custa 0,50€ e a peça mais cara 142€. “Aqui não há espaço para a produção em massa. É tudo produzido individualmente e no seu tempo. Além disso, tornámo-nos mais exigentes na construção das nossas peças e na qualidade dos materiais.”
Nas paredes, bancadas e estantes da loja vibram produtos e cores sem fim. Para além dos bonecos mais carismáticos e procurados, há mobiles de tecido, ímanes, pregadeiras, brincos, colares de diversos materiais, cerâmica, azulejaria, malas, porta-moedas e porta-chaves.
Encomendas para o estrangeiro
Ainda assim, “nestes últimos dois anos ter a loja cheia de produtos é cada vez mais difícil, porque nada fica muito tempo, e as encomendas estão sempre a cair – sejam elas para vir buscar à loja ou para enviar por correio para o estrangeiro. Há até peças que são reservadas antes de saírem do atelier!”
Fechar a loja já só acontece uma vez por ano, no dia de Natal. Os restantes 364 dias são de portas abertas, das 11h às 19h, num rebuliço de clientes à procura de um membro da família.lx.
“É extremamente gratificante. O carinho dos clientes, ver o nosso trabalho, todos os dias, espalhado pelo mundo através da partilha de fotos e de momentos com sardinhas, monstros e animais feitos por nós, tornam tudo absolutamente compensador”, conclui Inês Areal Silva.
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