Está, atualmente, a ser testado um novo fármaco experimental contra a doença de Alzheimer. O medicamento, desenvolvido por uma companhia com sede em Singapura, tem como objetivo atacar a doença através do bloqueio da formação de uma proteína.
Está, atualmente, a ser testado um novo fármaco experimental contra a doença de Alzheimer. O medicamento, desenvolvido por uma companhia com sede em Singapura, tem como objetivo atacar a doença através do bloqueio da formação de uma proteína denominada tau que induz à criação de nós no interior das células cerebrais.
O fármaco, batizado LMTX, foi criado por cientistas britânicos, coordenados por Claude Wischik, da Universidade de Aberdeen, e foi, depois, produzido pela TauRx Therapeutics, uma empresa privada de biotecnologia.
Para muitos cientistas, a proteína tau é uma das mais importantes causas do Alzheimer, a par de outras proteínas – as amilóides – sobre as quais têm recaído os estudos mais aprofundados no âmbito da doença até ao momento.
Em comunicado, a TauRx anunciou que já deu início à terceira fase dos ensaios clínicos em humanos, a última antes de o medicamento poder ser comercializado, que vai envolver o acompanhamento de 883 pacientes com Alzheimer ao longo de 12 meses e o seguimento de outros 500 voluntários que sofrem da doença degenerativa durante 18 meses. Os ensaios já começaram nos EUA, mas a equipa vai também recrutar participantes na Europa e na Ásia.
Esta nova fase sucede-se a uma outra em que foi analisado um fármaco denominado “Rember”, que entretanto foi melhorado, dando origem ao LMTX, que liberta a mesma substância ativa na corrente sanguínea mas de uma forma mais eficiente, revelou a companhia.
Fármaco poderá chegar em quatro anos
Citado pelo jornal britânico Daily Mail, Claude Wischick, que coordenou o desenvolvimento do medicamento, salientou que este “mata a doença” e “se for tomado precocemente, permite fazê-la retroceder”.
Embora esteja confiante no sucesso do fármaco, Wischick defendeu ainda que, mesmo que este venha apenas a atrasar a progressão do problema em vez de o eliminar completamente, trará sempre grandes benefícios.
“Mesmo que a doença continue a progredir, mas muito mais lentamente, os pacientes poderão ficar em casa com os seus entes queridos em vez de ir para instituições para receber cuidados médicos”, declarou. “Porém, esperamos que se a administração da pílula for feita suficientemente cedo seja possível parar a degeneração cerebral ou pôr-lhe um grande travão”, concluiu.
Caso se comprove que o LMTX é seguro e eficaz e se este for aprovado pela entidade reguladora da saúde, o fármaco poderá chegar ao mercado nos próximos quatro anos, de acordo com o que foi adiantado pela companhia no âmbito da conferência Clinical Trials on Alzheimer's Disease que decorreu recentemente em Monte Carlo, no Mónaco.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta]