Foi criado, há poucos dias, no Facebook, um grupo que apela à demissão de Miguel Relvas, com o objetivo de demonstrar ao Governo a insatisfação dos portugueses e "culminar com meios de ação" para o afastamento do ministro dos Assuntos Parlamentares.
Foi criado, há poucos dias, no Facebook, um grupo que apela à demissão de Miguel Relvas, com o objetivo de demonstrar ao Governo a insatisfação dos portugueses e “culminar com meios de ação” para o afastamento do ministro dos Assuntos Parlamentares. O grupo tem já mais de 2.500 assinantes e o número aumenta de minuto a minuto.
A indignação expressa pelos membros que aderiram à página, cujo número está a aumentar com grande rapidez, tem sido partilhada por centenas de cidadãos nas redes sociais e prende-se com as informações que vieram a público nas últimas semanas dando conta de que Relvas concluiu a licenciatura em Ciência Política, na Universidade Lusófona, em apenas um ano.
Na página “Petição Pela Demissão de Miguel Relvas do Governo” multiplicam-se, além de opiniões pessoais, imagens que fazem a sátira da forma como o ministro se terá licenciado. Apesar da sua breve existência, a ideia angariou até o apoio de personalidades reconhecidas como o político António Garcia Pereira, o jornalista Paulo Querido e o musicólogo Rui Vieira Nery.
Segundo o ministro, que falou ao jornal i a propósito do seu percurso académico, este terá sido “encurtado por equivalências reconhecidas e homologadas pelo Conselho Científico da referida universidade, em virtude da análise curricular a que se procedeu previamente”.
Porém, as explicações do governante não terão convencido os portugueses, em especial os autores da iniciativa, que preferem não ser identificados mas estão, inclusive, a organizar uma manifestação pela demissão de Miguel Relvas.
Mais exigência no recrutamento para cargos políticos
“O recrutamento para cargos políticos não pode contentar-se com este grau mínimo de exigência, sobretudo para um ministro que é o 'número dois' do Governo”, defendem, através de uma petição online cujo texto foi divulgado pelo semanário Sol.
“A responsabilidade significa, neste caso, o poder de que uma Assembleia dispõe para forçar um ministro a pedir a demissão”, acrescentam, recordando, no mesmo documento, o envolvimento de Relvas noutros casos polémicos como o das Secretas e das alegadas pressões ao jornal Público.
A manifestação convocada pelos fundadores do grupo está marcada para o próximo dia 16 de Julho pelas 19.00h e, segundo os próprios, “tem como objetivo concreto apelar à demissão de Miguel Relvas e exigir a dignidade dos órgãos que nos representam”, não sendo “contra a crise, nem contra a Troika, nem contra o estado miserável do mundo”.
Por este motivo, e por se tratar de uma iniciativa “apartidária”, decorrerá em frente à Assembleia da República, “órgão máximo da representação dos portugueses”. Até ao momento, mais de 650 pessoas confirmaram já a sua presença através do Facebook.