“O grande entrave é o memorando de entendimento que impede o aumento do salário mínimo (…) Os parceiros estão disponíveis para aferirem em acordo bilateral esse aumento e levar o Governo a rever junto da 'troika' a sua posição”, disse o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva à saída da reunião de concertação social.
Segundo o responsável, citado pela gência Lusa, há vontade de todos os parceiros – patrões e sindicatos – para discutirem esta questão “numa base séria e construtiva” e chegarem a um acordo que salvaguarde alguns setores mais expostos à concorrência internacional.
Para o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João vieira Lopes, a reunião desta terça-feira foi “dececionante”, uma vez que se “volta à estaca zero”, com o ministro de Economia a pedir uma vez mais para os parceiros apresentarem prioridades para a discussão.
Relativamente ao SMN, refere, “o Governo não é muito claro se há disposição para negociar com a 'troika'”. “Vamos trabalhar para encontrar um consenso nesta área para apresentar uma proposta ao Governo”, disse.
A UGT pretende uma subida imediata do SMN para os 500 euros, de forma a fazer respeitar o acordo tripartido de 2006, mas a CGTP reivindica um aumento até aos 515 euros. Os patrões pretendem, por seu turno, um aumento faseado e que tenha em conta setores mais desprotegidos ou expostos à concorrência internacional.
Portugal tem o salário mínimo mais baixo da Zona Euro
Portugal tem o salário mínimo mais baixo da Zona Euro e o sexto mais baixo de toda a União Europeia, segundo dados do Eurostat. Os sindicatos têm vindo a defender que este aumento vai ajudar a combater a crise e o empobrecimento da população contribuindo para a recuperação económica.