A Moinho já tinha sido apresentada pelo Boas Notícias. Mas desde essa altura, a empresa cresceu. Tem novos clientes dentro e fora do país e novos produtos, como o papel de sementes que, depois de plantado, se transforma em florezinhas e relva.
A Moinho já tinha sido
apresentada pelo Boas Notícias. Mas desde essa altura, a empresa cresceu. Tem novos clientes dentro e fora do país e novos produtos, como o papel de sementes que, depois de plantado, se transforma em florezinhas e relva.
por Patrícia Maia
Os fundadores da Moinho pegaram numa fábrica de papel de Vouzela, que estava quase parada, e adaptaram uma das máquinas disponíveis para, em vez de celulose, transformar pasta de algodão em papel.
“Foi uma inovação porque habitualmente o papel de algodão é feito de forma manual”, explica o Rui Silva, administrador da empresa, ao Boas Notícias, garantindo que a máquina preserva a textura e a qualidade do método manual.
A inovação será um dos aspetos que mais contribui para o sucesso da Moinho, que todos os anos tem vindo a aumentar o
catálogo de papel, blocos, embalagens e envelopes com novas soluções.
É o caso do papel de sementes que, depois de usado, pode ser semeado na terra fazendo nascer flores campestres e relva. Entusiasmada com este papel que “floresce”, a FNAC assinou um contrato com a Moinho para produzir uma série limitada de blocos de notas, assinados pelo designer e ilustrador Gonçalo Viana, que vêm com um destacável de papel de sementes para plantar. Este caderno estará à venda nas lojas FNAC já a partir do dia 20 de Abril.
120 toneladas por ano
Os desperdícios da indústria têxtil e restos e roupa velha são a matéria-prima da Moinho, empresa que neste momento conta com 14 funcionários e já exporta para nove países europeus. Rui Silva sublinha o crescimento exponencial da Moinho que “começou a produzir 12 toneladas de papel por ano e agora já fabrica 120 toneladas anualmente”.
Além da vertente ambiental e sustentável, a Moinho orgulha-se de produzir um papel de elevada qualidade, mais resistente e versátil do que o papel de celulose.
Máquina que prensava pasta de celulose foi adaptada pela Moinho para prensar pasta de algodão, obtendo um papel que preserva a textura do papel manual
“O papel de algodão é milenar e se hoje temos manuscritos que ainda estão em bom estado é porque eram feitos de papel de algodão. O papel de celulose começa a envelhecer e a desfazer-se ao fim de poucos anos. Já os artistas escolhem papel de algodão por causa da textura e da forma como reage as cores”, explica Rui Silva.
Uma das apostas da Moinho são as feiras internacionais onde têm obtido uma reação “muito positiva”. “Na última feira, a Paper World, em Frankfurt, fizemos 248 contactos de 72 países que já estamos a desenvolver”, conclui Rui Silva.
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