A certificação vem impedir a falsificação do doce regional, já que o “o selo que um código de barras e está numerado, portanto, não dá para falsificar”. Os produtores regionais são, desta forma, salvaguardados e, por isso, a medida é aplaudida por ana Soeiro, secretária-geral da Qualifica (Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses).
“Todos ficam a ganhar: o país, que vê uma peça do seu património cultural reconhecida; os produtores, que vêem o seu trabalho compensado; e os consumidores, que passam a ter a certeza do que estão a comer”, explica ao jornal Público.
Rui Almeida, gerente da Fabridoce, fábrica que produz cerca de 70 toneladas de ovos-moles por ano, também concorda: “Além de todas as garantias de qualidade, este selo poderá levar a combater esse receio que muitos consumidores tinham de comprar ovos-moles fora de Aveiro”.
“Existiam casos de produtores que faziam creme de ovos, tipo o creme da bola-de-berlim, e vendiam como ovos-moles. Agora acabou”, revela ainda ao Público.
O número de confeitarias ou unidades de produção já sujeito ao processo de auditorias para a obtenção da certificação ascende a um total de quinze.
A adesão é voluntária, mas Francisco Silva, presidente da Associação de Produtores de Ovos Moles (APOMA), acredita que todos os associados (mais de 30) acabarão por avançar para a certificação, até porque só quem apresentar um produto devidamente certificado pode vender o seu doce com a designação ovos-moles de Aveiro. Caso contrário, a única solução passa por escolher outra designação para o produto.