A ONU declarou 2013 o Ano da Quinoa, o ?grão de ouro? que se tem disseminado no mundo Ocidental como um ?superalimento? e nos países mais carenciados como um "aliado na luta contra a fome".
A ONU declarou 2013 o Ano Internacional da Quinoa, o ‘grão de ouro’ que é produzido há milhares de anos nos Andes e que, nos últimos anos, se tem disseminado no mundo Ocidental como um ‘superalimento’ e nos países mais carenciados como um “novo aliado na luta contra a fome”.
A informação foi confirmada pelo diretor-geral da organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, que na cerimónia de lançamento do ano destacou o papel que a quinoa pode ter na erradicação da fome, da subnutrição e da pobreza.
“Espero que este Ano Internacional seja um catalisador da aprendizagem sobre o potencial da quinoa para a segurança alimentar e nutricional, para a redução da pobreza – especialmente entre os pequenos agricultores do mundo – e para a agricultura ambientalmente sustentável, disse por seu lado o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na cerimónia que decorreu quarta-feira na sede da ONU em Nova Iorque
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a quinoa é um dos alimentos mais completos que existem. Ao contrário do trigo, a quinoa não contém glúten e possui mais proteínas e fibras.
Um grão de ouro resistente, versátil e nutritivo
Também conhecida como o ‘grão de ouro’, a quinoa é o único alimento vegetal que contém todos os aminoácidos essenciais, oligoelementos e vitaminas, e tem também a capacidade de se adaptar a diferentes ecossistemas e climas.
Resiste à seca, aos solos pobres e de elevada salinidade, pode ser cultivada desde o nível do mar e até a uma altitude de quatro mil metros e consegue suportar temperaturas entre os oito graus negativos e os 38 graus Celsius. Esta versatilidade, sublinha a ONU, faz da quinoa uma opção alimentar viável em regiões com condições agrícolas áridas e altas taxas de malnutrição.
A FAO estima em mil milhões o número de pessoas afetadas pela malnutrição em 2010, quase todas nos países em desenvolvimento. Reduzir a fome, recorrendo a superalimentos como a quinoa, para metade é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, alvo de um acordo global e com prazo até 2015.
Um alimento ancestral com mais de 7.000 anos
Além de Ban Ki-moon, participaram na cerimónia de lançamento do Ano Internacional da Quinoa o presidente da Bolívia, Evo Morales, e a primeira-dama do Peru, Nadine Heredia Alarcón de Humala, que foram nomeados embaixadores especiais da FAO para o Ano Internacional da Quinoa.
Humala destacou o papel da quinoa como uma “opção viável e efetiva para combater a fome e a subnutrição”, e sublinhou a importância do papel das mulheres na produção de quinoa. A quinoa é um alimento ancestral dos povos andinos onde o seu cultivo tem mais de 7.000 anos.
Tradicionalmente, os grãos de quinoa são torrados e depois transformados em farinha para pão, mas também pode ser cozinhada como acompanhamento (em vez de arroz, massa ou batatas), adicionada a sopas, usada como cereal e até fermentada em cerveja ou chicha, a bebida tradicional dos Andes.