A Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu a aprovação de um código de conduta assinado por ministros da saúde de 193 países para evitar a fuga de médicos e enfermeiros dos países mais desfavorecidos, em especial no continente africano.
Trata-se de um acordo histórico e o segundo código voluntário, sem vinculações, aprovado no seio da OMS, conforme refere a edição do jornal espanhol El Mundo.
“Alcançámos acordos muito importantes sobre assuntos que são verdadeiramente importantes para a saúde pública em todo o mundo. Graças a todos os esforços realizados hoje agora temos um código de conduta sobre o recrutamento internacional de pessoal médico”, congratulou-se a diretora da OMS, Margaret Chan, durante o discurso de encerramento da assembleia anual que decorreu em Genebra.
Os EUA, os maiores “importadores” de médicos e enfermeiros no estrangeiro, assumiram nesta reunião um papel preponderante. Comprometeram-se a apoiar firmemente este código de conduta em que as nações mais ricas se responsabilizam pelos princípios éticos e critérios económicos da contratação de pessoal médico, e responsabilizam-se em aumentar as ajudas para a formação de médicos em países com menos recursos.
“Reconhecemos a grave escassez de pessoal médico qualificado nos países mais pobres do mundo (.) e estamos comprometidos a proporcionar a ajuda que necessitam”, garantiu o representante norte-americano.
Os países na África subsaariana, que tem os maiores índices de natalidade e morte materno-infantil, contam com apenas 3% de trabalhadores médicos, segundo exemplifica a OMS.
É cada vez maior o número de trabalhadores de pessoal médico que aceita ofertas de trabalho em outros países como EUA, Canadá, Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia que proporcionam melhores salários e que oferecem mais oportunidades para as famílias do mesmo.
Geram assim uma autêntica “sangria” de trabalhadores que são essenciais nestes países que fazem esforços consideráveis a nível social e académico para formar pessoal qualificado.