As obras de recuperação da casa do cônsul Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, devem arrancar no final de Maio deste ano. Quem o diz é Celeste Amaro, diretora regional de Cultura, que, este domingo, participou no cordão humano feito em t
As obras de recuperação da casa do cônsul Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, devem arrancar no final de Maio deste ano. Quem o diz é Celeste Amaro, diretora regional de Cultura, que, este domingo, participou no cordão humano feito em torno da casa, em defesa da sua preservação.
Segundo a responsável, está neste momento a decorrer a fase final do concurso público para substituição da cobertura, reforço e estabilização estrutural. As obras incluem a recuperação da cobertura da casa, respetivas janelas e ainda toda a parte estrutural de pilares que sustentam a casa.
Na parte exterior, “será feita a picagem das paredes, a pintura, e possivelmente, se ainda houver dinheiro, iremos ao resto das janelas, porque interessa-nos fechar a casa”, acrescenta Celeste Amaro.
O presidente da Câmara de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, por seu lado, alertou a diretora de que não desistirá da causa até que esteja também garantida a segunda fase das obras, que visa a criação de um museu.
Aproveitando as cerca de quinhentas pessoas presentes no cordão humano, o autarca apelou a quem tenha em casa objetos que pertenciam à Casa do Passal que informem a Câmara, para que, futuramente, estes possam vir a ser integrados no museu.
“A segunda fase terá de ser bem pensada e certamente que haverá dinheiro para se recuperar, até porque todos sabemos que há muita gente lá fora interessada em financiá-la”, avança Celeste Amaro aos jornalistas.
Luís Silva, um dos organizadores da iniciativa deste domingo, defende a necessidade de as obras da Casa do Passal reconhecerem o feito de Aristides de Sousa Mendes, que salvou milhares de pessoas do Holocausto. “Queremos que finalmente seja feita justiça, 60 anos após a morte dele”, frisa.
Depois de descobrir Aristides de Sousa Mendes há cerca de dez anos, nunca mais deixou de procurar informação sobre a sua vida. “Vasculhei livros, na Internet e descobri um ato corajoso de alguém que pôs em perigo 14 filhos, a família toda, a carreira profissional e a vida dele, em prol de pessoas que não conhecia, mas que sentia que o ato dele podia salvar”, conta.