O mundo tornou-se, em 2012, um lugar mais pacífico. A conclusão é do mais recente Índice Global da Paz (GPI - Global Peace Index) que acaba de ser dado a conhecer e coloca Portugal como um bom exemplo, no 16º lugar entre 158 países.
O mundo tornou-se, em 2012, um lugar mais pacífico. A conclusão é do mais recente Índice Global da Paz (GPI – Global Peace Index) que acaba de ser dado a conhecer. A Europa ocidental é, pelo sexto ano consecutivo, a região mais pacífica do globo e Portugal é um dos melhores exemplos, ocupando o 16º lugar entre 158 países.
Os principais destaques deste novo índice vão para a diminuição da escalada do terror político e para as melhorias em vários indicadores relativos à militarização. Em parte, as alterações de cenário devem-se aos cortes na defesa motivados pela austeridade económica.
Os resultados correspondem a uma inversão da tendência observada nos últimos dois anos, quando se verificou uma diminuição da paz no mundo, adianta o Institute for Economics and Peace (IEP), responsável pelo GPI, a principal avaliação mundial da paz a nível global, feita através da análise dos conflitos domésticos e internacionais, a segurança na sociedade e a militarização.
Entre todas as nações analisadas, com base em 23 indicadores diferentes, a Islândia volta a surgir como a mais pacífica do mundo pelo segundo ano consecutivo. Já a Síria, onde a situação está particularmente tensa, registou a maior descida da tabela, caindo 30 lugares e ocupando, agora, a 147ª posição. A Somália continua a ser o país menos pacífico do globo, à semelhança do que acontecera em 2011.
De acordo com o relatório, o Sri Lanka foi, por oposição, o país onde se observou uma melhoria mais significativa, que levou a uma subida de mais de 30 posições, em especial graças ao fim da guerra civil.
O mapa dos diferentes níveis de paz no mundo divulgado pelo IEP: As zonas mais escuras representam os locais menos pacíficos do globo
Em termos mais gerais, é de salientar o facto de a África subsaariana ter deixado de ser, pela primeira vez, a região menos pacífica do mundo, tendo vindo a aumentar os seus níveis de paz desde 2007. O “título” de área menos pacífica transferiu-se, em 2012, para o Médio Oriente e o Norte de África, marcados pelas rebeliões populares e a instabilidade da chamada Primavera Árabe.
Uma “mudança nas prioridades globais”
Em comunicado, Steve Killelea, fundador e presidente do Conselho Executivo do IEP, afirmou que “o que ficou flagrante no resultado desde ano e nos últimos seis anos é a mudança nas prioridades globais” e destacou o exemplo da África subsaariana, que considerou “particularmente notável”.
“As guerras regionais diminuíram com a União Africana a tentar alcançar o desenvolvimento económico e a integração política”, apontou Killelea, chamando a atenção para o facto de a paz ter voltado “aproximadamente para os níveis de 2007”.
O representante máximo do IEP alertou, porém, que, “apesar de as avaliações externas da paz terem melhorado”, o conflito interno sofreu um aumento, como mostra a subida do número “das mortes causadas por atos terroristas, que cresceram mais de três vezes desde 2003”.
Os dados do Índice Global da Paz evidenciam também uma diferença substancial entre o nível de paz das democracias e dos outros tipos de governo, sendo que as primeiras tendem a ter um desempenho substancialmente melhor do que os regimes híbridos e autoritários.
A propósito dos resultados conhecidos esta terça-feira, Killelea fala ainda de um “ponto de viragem” que faz questão de realçar e que se relaciona com os pequenos ganhos de paz em determinados países, “associados a grandes quedas na corrupção e a um grande aumento no PIB per capita”.
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