Dois investigadores norte-americanos desenvolveram um novo método em laboratório que pode ajudar a identificar atempadamente potenciais casos de extinção animal. Contudo, resta saber se o procedimento terá resultados igualmente positivos no meio selvagem.
O estudo, publicado na versão digital da revista Nature, envolve o reconhecimento do fenómeno de “abrandamento”, que geralmente precede eventos de alteração drástica no meio ambiente e, no caso específico das espécies animais, corresponde a uma incapacidade de resposta ao declínio populacional.
Na prática, os investigadores John Drake, da Universidade da Geórgia, e Blain Griffen, da Universidade da Carolina do Sul, serviram-se de 60 aquários de pequenas dimensões, sendo que em cada um depositaram diversas populações da pulga-de-água (Daphnia magna), posteriormente divididas em dois grupos: um deles recebeu alimento sem restrições, enquanto que o outro foi tendo cada vez menos alimento disponível.
Este último começou a desaparecer, gradualmente, chegando a um ponto crucial, após 270 dias, em que a sua sobrevivência não ultrapassaria a meta de um ano. A partir daí, os investigadores identificaram quatro medidas estatísticas da abundância que os distinguem e que são sinais de alerta para o declínio final no grupo privado de alimento.
Desconhece-se ainda se a metodologia tem uma boa aplicação na Natureza, já que, nos casos das espécies selvagens, são escassas as informações disponíveis sobre as suas tendências populacionais.
Ainda assim, esta ferramenta poderá vir a ser crucial no campo da Biologia da Conservação.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]