Um grupo de investigadores dinamarqueses descobriu que um gene - o FBH1 - é capaz de aumentar a eficácia da quimioterapia, um dos mais comuns tratamentos para os pacientes com cancro.
Um grupo de investigadores dinamarqueses descobriu que um gene – o FBH1 – é capaz de aumentar a eficácia da quimioterapia, um dos mais comuns tratamentos para os pacientes com cancro. A descoberta poderá vir a contribuir para atenuar os efeitos secundários graves do tratamento ao qual o organismo de uma grande parte dos doentes não responde.
“Os nossos resultados mostram que o gene FBH1 é crucial para que alguns agentes da quimioterapia sejam ativados no corpo e matem as células cancerígenas. Se conseguirmos encontrar um método de aumentar a atividade deste gene poderemos usar as nossas próprias células para melhorar o tratamento contra o cancro”, explica Claus Sorensen, o coordenador da investigação, em comunicado.
Os investigadores do Biotech Research and Innovation Centre e do Centre for Healthy Aging da Universidade de Copenhaga, que publicaram o estudo na revista científica Nature Communications, utilizaram um método denominado “interferência de RNA” para compreender se alguns dos genes presentes no nosso ADN são importantes na reação das células cancerígenas à quimioterapia.
“Utilizando este método para remover os genes das células cancerígenas e expô-las, depois, à quimioterapia, descobrimos que o FBH1 é importante para a eficácia do tratamento”, sublinha Sorensen.
De acordo com o investigador, “os novos resultados demonstram que é, de facto, o gene FBH1 que contribui para a formação de danos no ADN durante a quimioterapia, uma informação que pode ser usada para otimizar o tratamento do cancro”, acrescenta o investigador.
Ajustar o tratamento a cada paciente
Na última década tornou-se claro para os especialistas que construir tratamentos para os pacientes de forma individual e personalizada é crucial para a eficácia da quimioterapia e para obter a menor quantidade possível de efeitos secundários.
Ao detetar a presença do FBH1 num tumor, os médicos poderão saber mais facilmente se o paciente vai, ou não, beneficiar deste tipo de terapia. O estudo “pode ajudar a indicar se os pacientes cujas células cancerígenas têm níveis baixos do FBH1 ou nenhum sinal deste gene não beneficiam da quimioterapia, devendo ser-lhes indicado outro tratamento”, esclarece.
Desta forma, será possível “ajustar o tratamento a cada paciente”, frisa Sorensen que se prepara agora, junto com os colegas, para investigar a presença de mudanças, as chamadas “mutações”, no gene FBH1.
A identificação destas mutações, que tornam as células cancerígenas resistentes, poderá ser usada para um tratamento ainda mais eficiente. Outro dos objetivos dos cientistas é ainda encontrar uma forma de aumentar a atividade do gene FBH1 nestas células doentes.
“Em alternativa poderemos descobrir um caminho para produzir um efeito semelhante ao da ativação do FBH1, o que poderá ser usado como um tratamento adicional para tornar as células cancerígenas mais sensíveis à quimioterapia. Se conseguirmos, mais pacientes irão beneficiar do tratamento”, conclui Kasper Fugger, co-autor do estudo.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).