O sucesso deste primeiro estudo clínico, liderado por investigadores do The Institute of Cancer Research (ICR), de Londres, e da fundação The Royal Marsden NHS, abriu caminho para a realização de novos estudos mais amplos, que já estão a decorrer.
A investigação recorreu a técnicas moleculares sofisticadas para seguir o rasto da substância farmacológica Pictilisib até às proteínas alvo – demonstrando que bloqueia um dos elementos fulcrais na proliferação, crescimento e resistência dos tumores.
A proteína quinase PI 3 é responsável por vários tipos de cancro, como o cancro da mama, do ovário, da próstata e do estômago pelo que, ao bloquear a sua atividade, será possível controlar vários tipos de tumor.
Nos testes, os investigadores examinaram biopsias de sangue e de tumores de 60 pacientes com diferentes tipos de cancro e monitorizaram a resposta dos doentes ao tratamento, revela a equipa de investigação em comunicado de imprensa.
O tratamento com Pictilisib foi bem tolerado pelos participantes, com pequenos efeitos secundários nalguns deles (como náuseas e diarreia).
As análises sanguíneas demonstraram que a atividade da PI 3 foi travada em 90% depois da administração do novo fármaco, uma redução também verificada nas biopsias dos tumores e nas imagens tomográficas dos pacientes.
O fármaco pictilisib demonstrou, assim, eficácia na redução de vários tipos de tumores. Segundo o comunicado do grupo, uma mulher com cancro do ovário não registou qualquer progresso da doença durante os quatro meses de tratamento e o melanoma com metáteses de um outro paciente chegou mesmo a regredir.
No comunicado, Paul Workman, um dos autores do estudo, professor no Institute of Cancer Research, salientou que a “PI 3 abre caminho aos tumores (…) pelo que, ao bloquear a sua atividade, o pictilisib pode ser muito eficaz. E um fármaco promissor que pode ser particularmente eficaz se for combinado com outros tratamentos”.