A grande vantagem deste novo mecanismo é a sua adaptação a cada doente. Até agora os doentes que sofriam de insuficiência cardíaca tinham de realizar um ecocardiograma de cada vez que os parâmetros da terapia necessitavam de ser otimizados. Este é um exame demorado e que requer uma intervenção médica manual, requerendo que o paciente esteja em repouso.
Com esta nova tecnologia isso deixa de ser preciso, já que os parâmetros são ajustados automaticamente e semanalmente, adaptando-se às atividades quotidianas do doente, explica o comunicado do Ministério da Saúde.
“Este novo microsensor, que é o resultado de 10 anos de investigações, representa um grande avanço na terapia de ressincronização cardíaca, em particular, e no tratamento da insuficiência cardíaca, em geral. É o primeiro e único dispositivo médico que permite uma otimização automática e semanal dos parâmetros de ressincronização cardíaca”, explica no documento João de Sousa, médico cardiologista do Hospital de Santa Maria.
O paciente pode estar em exercício, não sendo necessário o repouso, o que facilita o seu tratamento e melhora a sua qualidade de vida. O novo desfibrilhador encontra-se disponível em toda a Europa e os primeiros resultados apontam para uma melhor resposta dos doentes à terapia da ressincronização cardíaca e menos hospitalizações, comparativamente com as abordagens convencionais, lê-se no documento.
A terapia de ressincronização cardíaca é aplicada em doentes que sofrem de insuficiência cardíaca e consiste numa sequência de pequenos estímulos que ajudam o coração a bombear o sangue por todo o corpo com mais eficácia. Todos os anos, só na Europa, são diagnosticados mais de 600 mil casos de insuficiência cardíaca.