No futuro, poderá ser possível "respirar" debaixo de água sem a necessidade de máscaras incómodas ou garrafas pesadas de oxigénio. Tudo graças a um cristal desenvolvido por investigadores dinamarqueses.
No futuro, poderá ser possível “respirar” debaixo de água sem a necessidade de máscaras incómodas ou garrafas pesadas de oxigénio. Tudo graças a um cristal desenvolvido por investigadores dinamarqueses e que tem, também, potencial para ajudar pacientes com cancro do pulmão.
De acordo com a equipa da Universidade da Dinamarca do Sul responsável pelo desenvolvimento deste material, o “cristal Aquaman” (como foi batizado em homenagem à personagem de banda desenhada com o mesmo nome) absorve o oxigénio presente na água e no ar, conseguindo armazenar uma quantidade deste gás muito superior às garrafas tradicionais.
Segundo Christine McKenzie, coordenadora da investigação, este material, apresentado num estudo divulgado na revista científica Chemical Science, constitui-se, portanto, uma opção “muito mais pequena e leve”, sendo fácil de transportar e libertando oxigénio de forma lenta apenas nas ocasiões necessárias e quando submetido a uma pequena quantidade de calor.
O cristal, que tem uma consistência esponjosa, é composto, na sua maioria, por cobalto envolvido numa molécula orgânica. “É o cobalto que dá ao novo material a estrutura molecular e eletrónica de torna possível a absorção do oxigénio”, explica McKenzie, em comunicado.
Cristal retém três vezes mais oxigénio que as garrafas
De acordo com a investigadora, a nova solução pode ser, especialmente, valiosa para pacientes com cancro do pulmão, que têm de transportar, constantemente, garrafas de oxigénio, mas tem, também, potencial para tornar real o sonho dos humanos de “respirar” com facilidade debaixo de água.
“Um dia, os mergulhadores poderão deixar as garrafas de oxigénio em casa e obter, em vez disso, oxigénio a partir deste cristal, já que o mesmo filtra e concentra o oxigénio presente no ar ou na água à sua volta”, antecipa McKenzie.
A cientista afirma que basta uma quantidade mínima deste cristal para que seja possível respirar e que, “já que o material é capaz de absorver o oxigénio existente na água em redor do mergulhador e, depois, de lho fornecer”, o processo poderá tornar-se muito mais simples.
“Quando o material está saturado de oxigénio, pode comparar-se a uma garrafa de oxigénio. A diferença é que o cristal consegue reter três vezes mais gás”, destaca a investigadora, que está, neste momento, a trabalhar para entender de que formas pode ser desencadeada a libertação do oxigénio.
“Já vimos que existe libertação de oxigénio quando aquecemos o cristal e estamos, agora, a estudar a possibilidade de a luz também ser utilizada como 'gatilho', algo que poderá ser útil no campo da fotossíntese artificial”, finaliza.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).