O estudo foi apresentado esta semana no 97.º encontro da sociedade de endocrinologia, em San Diego (EUA). No evento, os investigadores revelaram que a nova substância, conhecida como GC-1, “acelera drasticamente o metabolismo, convertendo a gordura branca (responsável pela acumulação de calorias em excesso) em gordura castanha que promove a eliminação de calorias”.
As células de gordura “má” são conhecidas por armazenar energia sob a forma de lípidos, contribuindo para a obesidade e para outros problemas de saúde, como as doenças cardiovasculares ou o cancro, ao passo que a gordura castanha é capaz de baixar os níveis de triglicéridos, reduzir a resistência à insulina e queimar a gordura branca presente, em excesso, no organismo.
O autor do novo estudo, Kevin Phillips, investigador do Instituto de Pesquisa de Houston, explica, em comunicado de imprensa, que até há pouco tempo os cientistas pensavam que apenas os animais e as crianças humanas tinham reservas desta gordura.
Mas agora, já está provado que os humanos também possuem esta gordura ‘boa’ embora as suas células tenham tendência para ficarem ‘adormecidas’ com a passagem do tempo.
A ciência já mostrou que as pessoas com mais células de gordura castanha têm um menos risco de sofrer de obesidade ou diabetes, pelo que muitas investigações têm tentado converter a gordura ‘má’ em gordura ‘boa’.
A nova substância identificada, a GC-1, ativa os recetores da tiróide, hormona responsável pela transformação das calorias em energia e pela termogénese (conversão da energia em calor).
Menos 50% de peso em duas semanas
Phillips e a sua equipa testaram o novo medicamento em centenas de ratinhos obesos, que receberam uma dose diária de GC-1. Em apenas duas semanas, os animais registaram uma redução de cerca de 50% do seu peso e da massa corporal. Os ratinhos tratados com esta substância também revelaram uma melhor assimilação da glucose.
De acordo com o investigador, os tecidos analisados em laboratório, revelaram que a substância promoveu a transformação da gordura branca em gordura castanha, o que promoveu estes efeitos no peso e no metabolismo.
A nova substância esta também a ser testada no tratamento do colesterol, em animais, e deverá em breve passar a teste clínicos em humanos.