O último filme de Gonçalo Tocha, 'A Mãe e o Mar', foi escolhido para inaugurar o 13º Documentary Fortnight, a decorrer no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, EUA, em Fevereiro.
O último filme de Gonçalo Tocha, 'A Mãe e o Mar', foi escolhido para inaugurar o 13º Documentary Fortnight, a decorrer no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, EUA, em Fevereiro. A longa-metragem vai ser exibida no dia 14 daquele mês no prestigiado espaço norte-americano, como prova da “cultura atlântica” que o realizador diz ser partilhada pelos dois lados dois lados do oceano.
Segundo Gonçalo Tocha, em 2012, o mesmo museu tinha já apresentado a proposta de incluir a sua produção anterior, 'É Na Terra, Não É Na Lua', na programação do espaço. No entanto, na altura, o realizador estava comprometido com um outro museu nova-iorquino, o Museum of the Moving Image.
Ainda assim, “os programadores do MoMA ficaram atentos ao novo filme e, quando o mesmo ficou pronto, pediram para o ver”. Passado pouco tempo, “fizeram novo convite para o incluir no programa 'Documentary Fortnight 2014', com honras de filme de abertura do programa”, inclusive.
'A Mãe e o Mar' conta a história das mulheres “pescadeiras” da praia de Vila Chã, nos arredores de Vila do Conde e foi feito no âmbito do programa de formação Estaleiro, do festival Curtas de Vila do Conde. A constituir a equipa de rodagem estavam jovens finalistas do curso de Cinema, no Porto.
O documentário teve estreia no Festival Internacional de Cinema de Roma, sendo depois exibido no Festival Internacional de Documentários em Copenhaga e no Festival Rencontres Internacional du Documentaire de Montreal, no Canadá. O mesmo vai ainda estar presente no Festival Internacional de Roterdão, onde será exibido nos dias 25 e 30 de Janeiro e 1 de Feveiro.
Em 2013, 'A Mãe e o Mar' foi distinguido com o Prémio para Melhor Longa-Metragem portuguesa, no evento DocLisboa, embora os EUA sejam “o país onde o filme mais circulou”, com sessões onde “havia sempre mais americanos do que lusodescendentes”.
“Além das grandes comunidades de descendentes açorianos a quem o filme potencialmente poderia interessar, há também uma cultura atlântica que une os dois povos – e isto os açorianos sabem melhor do que ninguém”, afirma o realizador.
“Além das grandes comunidades de descendentes açorianos a quem o filme potencialmente poderia interessar, há também uma cultura atlântica que une os dois povos – e isto os açorianos sabem melhor do que ninguém”, afirma o realizador.
“Tanto o filme sobre o Corvo, como este sobre as 'pescadeiras' de Vila Chã existem para mim como odisseias atlânticas”, acrescenta à Lusa, insistindo no termo popular, usado na região de Vila do Conde, para as mulheres pescadoras. “A circulação atlântica é permanente. Por isso, estes filmes irão sempre passar melhor nos Estados Unidos do que num país da Europa central, a quem o Atlântico pouco diz”.
Segundo o realizador, natural dos Açores, o 'Documentary Fortnight do MoMA' “é uma grande referência no setor” pelo que, “depois desta passagem, as probabilidades de continuar a circular neste país são imensas”. A terminar dia 28 de Fevereiro, o festival vai exibir filmes de 20 países diferentes, entre os quais 20 longas-metragens, 10 curtas e dois clássicos.
O seu documentário 'É na Terra, Não é na Lua', também rodado nos Açores, na ilha do Corvo, obteve em 2011 uma menção especial do júri no Festival de Locarno e venceu o DocLisboa.
No ano seguinte, com o mesmo filme, Gonçalo Tocha venceu o prémio 'Cinema do Futuro' do Festival de Cinema Independente de Buenos Aires (BAFICI), na Argentina, o Festival Internacional de Cinema de São Francisco, nos EUA, e o DocumentaMadrid.