Ciência

Nova espécie de dinossauro descoberta em Portugal

Foi descoberta, em Portugal, uma nova espécie de dinossauro desconhecida a nível mundial. O "Eousdryosaurus nanohallucis", como foi batizado, deverá ter sido o herbívoro mais pequeno a viver em território nacional e existiu há 152 milhões de anos.
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Foi descoberta, em Portugal, uma nova espécie de dinossauro desconhecida a nível mundial. O “Eousdryosaurus nanohallucis”, como foi batizado, deverá ter sido o herbívoro mais pequeno a viver em território nacional e existiu há 152 milhões de anos, estimam os cientistas.
 
O achado é da responsabilidade de uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis que vão anunciá-lo ao mundo esta terça-feira, em Torres Vedras, depois de o terem dado a conhecer através de um artigo publicado recentemente na revista científica internacional Journal of Vertebrate Paleontology. 
 
Em declarações à Lusa, Fernando Escaso, um dos investigadores envolvidos neste trabalho, explica que, “no registo português, [este] é um dos mais pequenos que se conhece e provavelmente é o mais pequeno dos dinossauros herbívoros, porque pertence a um grupo dos mais pequenos a nível mundial e porque ainda não devia ser adulto”. “Se fosse adulto, provavelmente seria maior”, estima o paleontólogo. 
 
Oo material fossilizado do “Eousdryosaurus nanohallucis” foi encontrado em 1999 na praia de Porto das Barcas, na Lourinhã, por um amador, José Joaquim dos Santos, um carpinteiro de profissão que, durante 27 anos, se dedicou a procurar fósseis nas arribas e foi construíndo a sua própria coleção, adquirida, depois, pela Câmara Municipal de Torres Vedras e doada à Sociedade de História Natural.
 
Segundo os especialistas, trata-se de um herbívoro dryossauro ornitópode, que caminharia de forma muito ágil e veloz com apenas com duas patas – tinha os braços mais curtos do que as patas – e teria cauda comprida, meio metro de altura e 1,60 metros de comprimento. 
 
A equipa de Fernando Escaso acredita tratar-se de um animal jovem, já que os adultos teriam entre 2 e 2,50 metros de comprimento) que terá vivido no fim do Jurássico Superior, o período a que pertence também grande parte dos achados de dinossauros feitos na região Oeste. 

Fósseis estão em muito bom estado de conservação

 
Depois de terem estudado os achados de 1999 e viajado até à América do Norte para observar fósseis de dinossauros semelhantes, Escaso e os colegas concluíram que havia diferenças entre eles e que estavam, portanto, na presença de uma nova espécie e de um novo género de dinossauro. 
 
“Os fósseis da pata que descobrimos possuem um dedo mais pequeno. Havia estudos que apontavam que esse dedo estava muito reduzido ou era pequeno, mas não tínhamos esse dedo completo. A descoberta permitiu-nos corroborar a hipótese de que efetivamente é um dedo pequeno nesta espécie e provavelmente em todo o grupo”, esclarece o investigador.
 
Os fósseis, compostos pelo esqueleto parcial da cauda, da cintura pélvica e das patas posteriores deste dinossauro, pertencem agora à Sociedade de História Natural de Torres Vedras. 
 
“O mais extraordinário é que o material foi descoberto articulado e muito bem conservado. As vértebras estavam uma atrás da outra como em posição de vida e isso é menos comum”, sublinha o paleontólog, que aponta ainda caraterísticas particulares nas vértebras caudais e nos ossos da perna, que não existem em espécies deste grupo já identificadas na Europa e na América. 
 
A investigação contou também com a participação dos cientistas Pedro Dantas, Elisabete Malafaia, Bruno Camilo Silva, Pedro Mocho, Fernando Escaso, Francisco Ortega, José Gasulla, Ivan Navaez e José Sanz, ligados à Sociedade de História Natural de Torres Vedras, à Universidade de Lisboa e à Universidade Nacional de Educação à Distância de Madrid (Espanha). 

Notícia sugerida por António Resende

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