Os prémios Nobel da Física e da Química 2012 foram atribuídos, esta terça-feira e quarta-feira, respetivamente, a Serge Haroche e David J. Wineland e aos norte-americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka.
Os prémios Nobel da Física e da Química 2012 foram atribuídos, esta terça e quarta-feira, respetivamente, a Serge Haroche e David J. Wineland pelo trabalho desenvolvido na física quântica e aos norte-americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka na área da química, pelos estudos acerca dos recetores de células.
De acordo com o comunicado da academia Nobel, os estudos dos primeiros dois cientistas, um francês e um norte-americano, na área da Física, permitiram “abrir a porta a uma nova era de experimentação na física quântica, ao demonstrar a observação direta de partículas quânticas individuais sem as destruir”.
Graças a estes avanços é possível agora preservar a natureza quântica-mecânica das partículas individuais de luz e matéria, que até então perdiam as suas propriedades quando entravam em contacto com o meio envolvente.
Apesar dos “métodos laboratoriais engenhosos” concebidos pelos dois cientistas serem independentes, ambos têm o mesmo objetivo e efetuam-se de formas semelhantes.
Com estas descobertas foi possível construir um computador super –rápido focado na física quântica e ainda novos relógios, 100 vezes mais precisos que os relógios atómicos de césio, que poderão ser a base de uma nova medição do tempo .
Nobel da Química distingue progresso no estudo de recetores celulares
Esta quarta-feira foi, entretanto, anunciado o Nobel da Química 2012 que premiou os norte-americanos americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka pelas descobertas relativamente ao comportamento das células.
O trabalho desenvolvido por estes investigadores conclui que as células têm a capacidade para se adaptarem a novas situações devido aos recetores que as constituem e que lhes permitem perceber quais as condições do meio envolvente.
Em comunicado, o Comité explica que a forma como os recetores funcionavam e a sua constituição era desconhecida até aos estudos realizados por estes dois investigadores que conseguiram perceber “o funcionamento interno de uma importante família destes recetores: os recetores acoplados à proteína G “.
O comunicado acrescenta ainda que a importância desta descoberta vai permitir operar grandes avanços na indústria dos medicamentos, pois “cerca da metade de todos os remédios fazem efeito através dos recetores acoplados a proteínas G”.
A esta família de recetores está associada cerca de um milhar de genes que capacitam as células para detetar luz, sabor, odor, adrenalina, histamina, dopamina e serotonina, entre outros.
Já em 2011, Kobilka tinha conseguido obter uma imagem de um recetor de adrenalina, quando este enviava um sinal a uma célula, que foi considerada pela academia “uma obra-prima molecular e o resultado de décadas de investigação”.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]