Todas as pessoas podem candidatar-se para receber uma das parcelas do terreno da família do autarca, de “alguns milhares de metros quadrados”, sendo que a necessidade é um dos fatores principais para a seleção dos candidatos. Ainda assim, o vereador explicou à agência Lusa que a iniciativa não se dirige apenas a carenciados.
Para que se possam inscrever no programa, os habitantes devem dirigir-se ao escritório de arquitetura do vereador, na Rua Mouzinho de Albuquerque, onde vão preencher uma ficha de identificação, que “servirá para se poder avaliar o número de interessados e para preparar o processo de adjudicação, por um período de tempo pré-definido”.
De fora ficam apenas “empresários agrícolas ou pessoas que pretendam explorar comercialmente as hortas”, já que se trata de “uma iniciativa de solidariedade comunitária”, salientou António Salvador.
As famílias devem cultivar hortas biológicas, sem químicos
O projeto tem ainda a vantagem de os terrenos se localizarem “dentro da vila da Nazaré” e, por isso, não implicaram custos de deslocação, no caso de serem atribuídos a habitantes locais. Os novos agricultores vão ter ainda ao seu dispor a água de um poço que poderá ser utilizada para as culturas.
A única exigência da família de António Salvador é que “as culturas sejam biológicas, para não haver químicos de uma cultura a interferirem nas culturas do talhão vizinho”, já que não haverá vedações a separar cada uma das hortas.
António Salvador acredita que as hortas podem vir a ter “muita adesão e sucesso” e espera que o seu exemplo “possa ser replicado por todo o país onde haja terrenos incultos que os seus proprietários possam disponibilizar”.