O Ministério do Património e da Cultura de Omã, em parceria com a empresa britânica Blue Water Recoveries (BWR), acabam de anunciar a descoberta dos destroços de um navio que pertencia à armada que Vasco da Gama conduziu à Índia entre 1502 e 1503.
Os detalhes da descoberta e da investigação estão a ser publicados no site Esmeralda Shipwreck, especialmente criado para o efeito e que foi lançado esta segunda-feira. O site oferece uma série de dados bem como fotos e vídeos do local e dos destroços e dos artefactos que estão a ser recolhidos.
A nau esmeralda fazia parte da frota que Vasco da Gama terá comandado durante o Caminho Marítimo para a Índia
O site inclui ainda informação sobre o Caminho Marítimo para a Índia e sobre Vicente Sodré, tio de Vasco da Gama e descendente de um nobre inglês, que comandava aquela nau.
O local do naufrágio foi descoberto por uma equipa da BWR em 1998, ano em que se assinalou o 500.º aniversário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, por Vasco da Gama. Mas a pesquisa de toda a área arqueológica só arrancou em 2013, com o apoio o Ministério do Património e da Cultura de Omã.
Desde aí, foram recolhidos do local mais de 2.800 artefactos, entre eles várias armas, moedas de cobre marcadas com o brasão da coroa portuguesa e com o emblema de D. Manuel I, um sino de bronze, moedas de ouro cunhadas em Lisboa entre 1495 e 1501, e um raríssimo exemplar de uma moeda de prata batizada de “Índio” (na foto acima), cunhada especialmente pelo rei D. Manuel I para ser usada na Índia (segundo o comunicado de imprensa da equipa de investigação, há apenas um outro exemplar desta moeda no mundo). O projeto tem sido acompanhado pela UNESCO.
“Esta foi uma das primeiríssimas embarcações a ser usada nos Descobrimentos, pelo que os artefactos encontrados devem fornecer novas informações sobre como decorria o comércio marítimo e de como os confrontos bélicos eram comandados no oceano índico”, informa a equipa no comunicado de imprensa a que o Boas Notícias teve acesso.
A equipa de especialistas que está a estudar os destroços conta com o apoio de diversas entidades internacionais, incluindo do Banco de Portugal, da Sociedade Geográfica de Lisboa e a Universidade Nova.