Ciência

Nascimento de planeta observado pela primeira vez

Um grupo de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO), do qual Portugal faz parte, obteve o que será, muito provavelmente, a primeira observação direta de um planeta em formação, ainda envolvido por um espesso disco de gás e poeira.
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Um grupo de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO), do qual Portugal faz parte, obteve o que será, muito provavelmente, a primeira observação direta de um planeta em formação, ainda envolvido por um espesso disco de gás e poeira. Se for confirmada, a descoberta poderá permitir compreender melhor como se formam estes corpos celestes.
 
O achado efetuado pela equipa internacional liderada por Sascha Quanz, da Suíça, que contou também com cientistas da Holanda, Alemanha e Chile, poderá trazer aos cientistas a possibilidade de testar as teorias atuais recorrendo à comparação com um alvo observável.
 
O grupo estudou o disco de gás e poeira em torno da estrela jovem HD100546, uma estrela relativamente próxima situada a 335 anos-luz de distância da Terra, e surpreendeu-se ao descobrir o que parece ser um planeta em formação, ainda envolvido no disco de material que rodeia a estrela. De acordo com a equipa, o planeta será um gigante gasoso semelhante a Júpiter.
 
“Até agora, a formação de planetas tem sido um tópico desenvolvido essencialmente por simulações de computador”, explica Sascha Quanz num comunicado divulgado pelo ESO. 
 
“Se se confirmar que a nossa descoberta é, efetivamente, um planeta em formação, então, pela primeira vez, os cientistas poderão estudar, de forma empírica, o processo de formação planetária e a interação entre um planeta em formação e o seu meio circundante, desde a fase primordial”, acrescenta a coordenadora do grupo.
 
A estrela HD100546 tem sido muito estudada e já foi mesmo da a existência de um planeta gigante situado cerca de sete vez mais longe da estrela do que a Terra de encontra do Sol. O candidato a planeta agora descoberto situa-se na região exterior do sistema, portanto cerca de dez vezes mais longe.

Equipa vai proceder a observações suplementares
 

Os investigadores do ESO detetaram o possível protoplaneta através de uma ténue mancha situada no disco circunstelar, revelada graças ao instrumento de ótica adaptativa NACO, montado no Very Large Telescope, e a uma técnica inovadora de análise de dados. 
 
De acordo com as teorias atuais, os planetas gigantes crescem ao capturar algum do gás e poeira que restam após a formação da estrela e os astrónomos descobriram várias caraterísticas na nova imagem do disco em torno da HD100546 que apoiam esta hipótese de formação de protoplaneta.
 
Entre elas estão estruturas existentes no disco circunstelar poeirento, que poderiam ser causadas por interações entre o planeta e o disco e que apareceram perto do protoplaneta detetado, bem como indícios de que as regiões em redor do protoplaneta estejam a ser aquecidas pelo processo de formação. 
 
Os cientistas salientam que os resultados do estudo realizado, publicado esta quinta-feira na revista da especialidade Astrophysical Journal Letters, requerem observações suplementares para se confirmar a existência do planeta e invalidar outros cenários menos prováveis mas também plausíveis.
 
A confirmação de que o novo objeto em torno da HD100546 é, de facto, um novo planeta, dará aos especialistas “um laboratório único para estudar o processo de formação de um novo sistema planetário”, conclui o comunicado do ESO.

Clique AQUI para aceder ao artigo científico completo (em inglês).

[Notícia sugerida por Raquel Baêta e Ana Oliveira]

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