Esta mota nasceu no Japão, nos anos 90, mas passou pela mão de dois portugueses que a deixaram irreconhecível. Todos os dias, a Gravedigger conquista novos fãs um pouco por todo o mundo.
Esta mota nasceu no Japão, nos anos 90, mas passou pela mão de dois portugueses que a deixaram irreconhecível. Todos os dias, a Gravedigger conquista novos fãs e, em Maio, será uma das estrelas de um evento que reúne, em Inglaterra, motas de todo o mundo.
por Patrícia Maia
São engenheiros e donos da empresa ASPP, com sede no Porto. Mas Osvaldo Coutinho e Alexandre Santos [na foto abaixo] são, sobretudo, apaixonados por motos. Insatisfeitos com o tipo de customização que se encontra em Portugal, e mesmo lá fora, “com linhas demasiado clássicas e previsíveis”, decidiram por mãos à obra e criar a sua mota ideal.
Pegaram numa Honda CB750 em segunda mão, de 1992, e criaram uma nova mota. Ao todo, conta Osvaldo Coutinho ao Boas Notícias, o projeto demorou “cerca de 9 meses a concluir, porque só a conceção e o desenho demorou perto de dois meses e a execução pelo menos 4 meses”.
“Isto nasceu de uma brincadeira de amigos mas acabou por chamar a atenção dos meios de comunicação, sobretudo depois de ter sido apresentada na revista Motociclismo e depois da SIC ter feito uma reportagem”, recorda Osvaldo.
Silodrome, Moto Rivista e The Bike Shed são apenas algumas das publicações especializadas que deram destaque à Gravedigger. “A verdade é que gerou controvérsia, sobretudo por ser uma personalização pouco convencional que foge às linhas clássicas” destas motas, explica o engenheiro 'motard'.
Embora possa custar pouco mais de 2.000 euros, em segunda mão, a Honda CB750 reconstruída pela dupla da it roCkS bikes poderá ser vendida por um valor 20 vezes superior.
Uma café racer dos tempos modernos
A Gravedigger insere-se na linha Café Racer, associada a um movimento que surgiu, no final dos anos 50, no Reino Unido, e que faz a fusão entre rock, motas e blusões de cabedal. Na altura, as motos eram usadas para fazer corridas de café em café – daí o termo café racer (corredor de cafés, em português) – por isso eram modificadas para uma posição de pilotagem mais desportiva.
No entanto, Alexandre e Osvaldo quiseram fazer da Gravedigger uma Café Racer mais moderna. Para isso decidiram “desmontar todos os componentes da moto e reduzir o peso foi ao máximo”, além de terem cortado toda a secção traseira do quadro para criar “uma geometria mais curta e ligeira”.
O motor, que estava em bom estado, foi revisto mas preservado e o “depósito de combustível e toda a secção traseira, incluindo o assento, foram executados em chapa formando uma peça monobloco que pode ser basculada para melhor acesso à bateria, aos fusíveis e outros componentes elétricos”. Além disso, foi acrescentado um painel digital de última geração, o Motoscope Pro.
Nos últimos anos, tem surgido uma nova paixão pelas motas Café Racer, um movimento que é reforçado por sites, revistas e também através da realização de feiras e concentrações. Aliás, a Gravedigger portuguesa foi convidada para estar presente no próximo evento internacional Bike Shed, que vai decorrer de 17 a 19 Maio, em Londres, e que contará com motos de todo o mundo.
Osvaldo admite que esta aventura “começou por brincadeira” mas a verdade é que a Gravedigger pôs a it Rocks bikes na boca do mundo e a dupla já está, até, a trabalhar em mais duas motas, pelo que o mais provável é que estas motas com assinatura lusa continuem a rasgar o asfalto e a supreender os fãs das duas rodas.
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