Saúde

Molécula que "imita" exercício pode tratar obesidade

Uma nova molécula que "imita" o exercício pode ser o segredo para tratar a obesidade e a diabetes tipo 2. O composto é capaz de reduzir os níveis de glicose no sangue e, ao mesmo tempo, diminuir o peso corporal.
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Uma nova molécula que “imita” o exercício pode ser o segredo para tratar a obesidade e a diabetes tipo 2. O composto foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Southampton, em Inglaterra, e é capaz de reduzir os níveis de glicose no sangue e, ao mesmo tempo, diminuir o peso corporal.
 
Apresentado num estudo publicado, recentemente, na revista científica Chemistry and Biology, o “composto 14”, como foi batizado, é capaz de inibir a função de uma enzima celular, a ATIC, que está envolvida no metabolismo, conduzindo ao aumento da quantidade de uma molécula chamada ZMP nas células.
 
Este aumento faz com que as células do organismo “pensem” que esgotaram toda a energia disponível e leva-as, consequentemente, a tentar aumentar os seus níveis energéticos através de um incremento no processamento da glicose e de uma aceleração do metabolismo, explica, em comunicado, a Universidade de Southampton. 
 
“Estudos anteriores já provaram que se a AMPK for ativada, de forma seletiva, com recurso a uma pequena molécula, pode ser benéfica para o tratamento de inúmeras doenças, inclusive a diabetes tipo 2, ao funcionar como uma 'imitadora' do exercício e aumentar o uso de glicose e oxigénio pelas células”, afirma Ali Tavassoli, líder da equipa que desenvolveu o composto e professor de bioquímica naquela universidade.
 
“A nossa molécula, que ativa a AMPK através da alteração do metabolismo celular, é, portanto, muito promissora enquanto possível agente terapêutico”, acrescenta Tavassoli, que, em conjunto com os colegas, testou o composto em ratinhos com resultados animadores.
 
Os modelos animais foram divididos em dois grupos: os elementos de um deles foram alimentados com uma dieta normal, ao passo que os restantes foram submetidos a uma alimentação rica em gorduras, o que fez com que se tornassem obesos e levou à diminuição da sua tolerância à glicose (um dos sinais clínicos do estado de “pré-diabetes”).
 
Quando os ratinhos que seguiram uma dieta normal foram tratados com o “composto 14”, os seus níveis de açúcar no sangue, bem como o seu peso, mantiveram-se normais. No caso dos ratinhos obesos, por outro lado, a molécula fez com que os níveis elevados de glicose no sangue baixassem quase até à normalidade e com que perdessem cerca de 5% do peso corporal em apenas uma semana.
 
O próximo passo dos investigadores passará por uma melhoria da molécula com vista a examinar os efeitos a longo-prazo deste tipo de tratamento e a compreender a forma como aumenta a tolerância à glicose e reduz o peso. Caso se prove a sua eficácia e segurança, o composto “poderá ser usado no desenvolvimento de um fármaco que ajude a controlar a diabetes e a obesidade”.

Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).

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