Um grupo de cientistas norte-americanos acaba de dar um enorme passo na futura cura do cancro ao descobrir que o próprio organismo é capaz de destruir os tumores cancerígenos.
Um grupo de cientistas norte-americanos acaba de dar um enorme passo na futura cura do cancro ao descobrir que o próprio organismo é capaz de destruir os tumores cancerígenos. Os investigadores da Universidade da Pensilvânia identificaram uma molécula, a TIC10, que ativa uma proteína capaz de combater a doença.
A proteína em causa, denominada TRAIL, suprime o desenvolvimento dos tumores durante o processo em que o sistema imunitário “patrulha” o corpo em busca de células cancerígenas, um processo que desaparece durante a progressão do cancro e, consequentemente, leva ao crescimento descontrolado e à proliferação dos tumores.
Os especialistas explicam que o benefício da utilização da TRAIL como uma forma de combater o cancro é que esta faz parte do sistema imunitário, pelo que não é tóxica para o organismo como a quimioterapia ou a radioterapia.
Além disso, as pequenas dimensões da molécula TIC10 tornam-na mais eficaz do que as descobertas anteriores, uma vez que, graças a ela, consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica (que separa o sangue do cérebro) e que dificulta a entrada de tratamentos na região cerebral, impedindo a ação dos medicamentos contra os tumores no cérebro.
Molécula TIC10 evita que a doença se alastre
“Não pensámos inicialmente que esta molécula pudesse ser capaz de tratar tumores cerebrais – foi uma surpresa agradável”, confessou, em declarações ao Daily Mail, o coordenador da investigação, Wafik El-Deiry, oncologista daquela universidade norte-americana.
Outro aspeto positivo da molécula TIC10 é, segundo a equipa, o facto de esta não ativar apenas a proteína TRAIL nas células cancerígenas, mas também nas que são saudáveis mas se encontram ao seu redor, evitando que a doença se alastre.
Embora o estudo, publicado na revista científica Science Translational Medicine tenha sido, para já, apenas conduzido com ratinhos, El-Deiry acredita que uma abordagem semelhante terá sucesso em humanos.
A eficácia da TRAIL no ataque às células doentes já levou à realização de ensaios clínicos em células artificiais e, até ao momento, a utilização da proteína sob a forma de fármaco mostrou-se segura.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).
[Notícia sugerida por Ana Russo]