Esta nova plataforma, particularmente dirigida a pessoas que são ou já foram portadoras de doenças graves, vai ter um sistema de tradução automática para várias línguas, permitindo a pesquisa por doença e por sintoma.
Como explicou o investigador, citado pela Lusa, “percebemos que há muitas soluções terapêuticas e tratamentos médicos que foram desenvolvidos pelos pacientes”, pelo que esta rede vai funcionar como um espaço de partilha para ajudar “os pacientes estão sob grande pressão para vencer a doença”.
Até porque, como referiu o Pedro Oliveira, que “há um número impressionante de inovações que não foram desenvolvidas pelas empresas ou pelos laboratórios, mas pelos utilizadores”.
A título de exemplo, o investigador referiu o caso de um inglês que tinha um problema na artéria aorta e, como era engenheiro, desenvolveu uma válvula que foi implantada com sucesso pelo seu médico em 2005. Entretanto, a mesma válvula já foi utilizada por outros 30 pacientes em todo o mundo.
Neste momento, os pacientes ligados a instituições convidadas, de cinco países, estão a inscrever-se e a partilhar informação “para que a plataforma não seja lançada vazia”, acrescentou Pedro Oliveira.
Em Portugal, foram contactadas a Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, a 'Raríssimas', e a Associação Protetora de Diabéticos de Portugal (APDP).
A rede social vai estar disponível no endereço “patient-innovation.com” no início do Verão e os utilizadores vão poder aceder pelo Facebook, através de uma aplicação que está em desenvolvimento.
Esta plataforma que está a ser desenvolvida por um total de 50 investigadores da Alemanha, Áustria, Itália, Brasil, Estados Unidos e Portugal, baseia-se no princípio da inovação pelo utilizador, uma área que Pedro Oliveira estuda no MIT desde 2010, com Eric von Hippel, o grande especialista mundial no tema.
O projeto conta com financiamento da fundação alemã Peter Pribilla, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e dos programas de parceria entre Portugal e as Universidades de Carneggie Mellon e do MIT.