O Auto da Alma e outros textos de Gil Vicente deram origem ao espetáculo "Miserere", uma peça que aborda a religião cristã como símbolo e onde a cerimónia religiosa passa da igreja para o palco e revela a sua violência num mundo profundamente
O Auto da Alma e outros textos de Gil Vicente deram origem ao espetáculo “Miserere”, uma peça que aborda a religião cristã como símbolo e onde a cerimónia religiosa passa da igreja para o palco e revela a sua violência num mundo profundamente profano. Assumindo-se como “uma nova glosa do salmo bíblico”, a peça transforma figuras simbólicas do Auto quinhentista – Alma, Anjo, Diabos, Santa Igreja e seus Doutores – em figuras do nosso tempo, fechadas numa sala de prisão ou de hospital.
O espetáculo é ainda composto pelos textos do salmo Miserere Mei e trechos do Auto da Lusitânia, do Breve Sumário da História de Deus e da Carta a D. João III sobre o tremor de terra de 1531.
Em palco estarão 11 atores: Rita Blanco, José Airosa, João Grosso, Luís Miguel Cintra, Dinis Gomes, Duarte Guimarães, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Ricardo Aibéo, Sofia Marques e Vítor d’Andrade.
Em cena desde 15 de abril, a peça é uma coprodução entre o Teatro Nacional Dona Maria II e o Teatro da Cornucópia, com textos e encenação de Luís Miguel Cintra.
“Miserere” está em cena na Sala Garrett de quarta-feira a sábado, às 21h30 e domingos às 16h, até 23 de maio.