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Mergulhos de Verão: cuidados a ter nas praias e piscinas para evitar acidentes

Não seja um peixe fora de água!
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Com a aproximação dos dias de calor, Luís Teixeira, médico ortopedista especialista em patologia da coluna vertebral, alerta os portugueses para alguns comportamentos de risco nas praias, piscinas, zonas balneares, costeiras ou fluviais portuguesas, com especial enfoque nos mergulhos que podem provocar alguns traumatismos graves, como situações de paraplegia ou tetraplagia. O também Presidente da Associação Sem Fins Lucrativos Spine Matters pretende sensibilizar a população, sobretudo a mais jovem, a principal atingida (os jovens do sexo masculino, entre os 15 e os 30 anos, representam mais de 75% do grupo de risco de pessoas que sofre acidentes de mergulho entre Junho e Setembro), para os perigosos “mergulhos de verão” e para os cuidados que podem prevenir lesões dramáticas, estendendo o alerta a alguns desportos aquáticos como o surf, o stand up paddle ou o bodyboard.

Os acidentes de mergulho, são a 4.ª causa de lesão medular, demonstrando os estudos que a sua maioria ocorre em lugares com uma profundidade inferior a 150 cm. Quando superior a 3m/s, a velocidade do impacto é suficiente para causar lesões cervicais irreversíveis. O médico explica que com alguns cuidados é possível prevenir alguns comportamentos de risco, nomeadamente, trabalhando na velocidade do impacto, na forma como se entra na água e na fiscalização mais atenta da zona do mergulho.

As estatísticas apresentadas pelo Sistema Nacional de Saúde resumem alguns dados importantes:

A maioria dos acidentes ocorre durante atividades de lazer;
Os acidentes são mais frequentes em piscinas do que no mar;
96% dos traumatismos atingem a coluna cervical;
15% dos acidentados ficaram em condição de tetraplegia;
92% ocorrem em indivíduos do sexo masculino;
85% dos acidentes acontecem entre os meses de maio e setembro.
De acordo com um estudo publicado na revista de Cirurgia Ortopédica e Traumatologica Francesa, e recordado pelo médico ortopedista, na grande maioria dos casos a vítima desconhece ou conhece mal o local em que se dá o acidente.

“Na execução do mergulho a pessoa atinge cerca de 15 km/h”, esclarece o médico cirurgião ortopédico. “Contudo, quando esse mergulho é executado numa posição quase vertical, a velocidade descreve uma trajetória descendente muito veloz em direção ao fundo da piscina. Por outro lado, e em praias com muita ondulação, as pessoas tendem a mergulhar em zonas de rebentação em que ainda têm pé, sendo frequente a postura incorreta. No momento do impacto no solo, a posição da cabeça e coluna vertical vão determinar tudo, mas antes é a análise do espaço que se torna fundamental”, alerta o especialista que não esquece também que entre 38% a 47% dos casos ocorrem após consumo de drogas ou de bebidas alcoólicas.”

Como ocorrem as lesões em mergulho:

A) Ao mergulhar com o corpo curvado em local raso, a cabeça bate no solo.

B) Após o impacto com o solo, o pescoço recebe o peso do corpo, absorvendo o impacto e produzindo uma brusca flexão ou extensão do pescoço podendo ocasionar uma fratura ou deslocamento de vértebra cervical, (geralmente a C5 ou a C6), que pode resultar em trauma da medula espinhal.

C) A fratura ou luxação das vértebras comprime a medula responsável pela transmissão das ordens vindas do cérebro para todas as regiões do corpo humano.

D) A compressão da medula causa uma necrose (morte dos tecidos e células da região atingida), o que impede a transmissão dos estímulos vindos do cérebro e também da sensibilidade dos membros

E) A pessoa fica paralisada e não sente os seus membros. De acordo com o grau da lesão da medula, o mergulhador pode ficar tetraplégico, (sem movimentação nos braços e nas pernas) ou paraplégico, paralisado apenas nas pernas.

Como mergulhar de forma mais segura:

1. Verifique o espaço (a cor da bandeira, se está numa área protegida, as condições envolventes, a sinalização no local, a profundidade da água). Não corra nunca o risco de mergulhar numa zona que desconhece.

2.Confirme que não existem obstáculos à sua volta com que possa colidir, nomeadamente, rochas, pranchas, pessoas, etc.

3. Procure que a entrada na água seja feita numa posição mais oblíqua (menos vertical) de forma a atingir menor profundidade e a “amortecer” a velocidade do impacto.

4. Estique os braços e mantenha as mãos à frente, para que a cabeça esteja protegida durante o mergulho

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