Portugal e Irlanda também vão beneficiar da melhoria das condições de crédito oferecida à Grécia esta segunda-feira, que vão ser igualmente aplicáveis às outras nações sob resgate.
Portugal e Irlanda também vão beneficiar da melhoria das condições de crédito oferecida à Grécia esta segunda-feira. As novas condições do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) decididas para aquele país vão ser aplicáveis às outras nações que estão sob resgate, o que significa mais 15 anos para pagar à “troika” e um adiamento de 10 anos até ao início do pagamento dos juros sobre o empréstimo contraído.
A garantia foi dada pelo presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, que prometeu uma decisão formal sobre esta matéria para a próxima segunda-feira. “Tomámos a decisão há meses, ou mesmo há mais de um ano, que temos que aplicar as mesmas regras aos outros países sob programa [de assistência financeira] e iremos abordar isso na próxima reunião”, afirmou, citado pela Lusa.
“Se há alguém nesta sala que é amigo de Portugal e da Irlanda, que fazem parte dos meus países preferidos na Europa, por razões óbvias, sentimentais e pessoais, sou eu. Portanto, o assunto será tratado de forma a que nem Portugal nem Irlanda fiquei insatisfeitos”, assegurou Juncker.
Segundo o Diário Económico, na prática, as novas condições do empréstimo do FEEF querem dizer que Portugal (tal como a Grécia e a Irlanda) poderá dispor de mais 15 anos para pagar à “troika” e verá adiado em 10 anos o prazo para começar o pagamento dos juros sobre esse empréstimo.
Diretora do FMI já tinha defendido “mais tempo”
Assim, em vez de devolver o dinheiro do empréstimo em 30 anos (prazo que já era resultante de um aumento de 15 anos na maturidade dos créditos), Portugal poderá levar até 45 anos a saldar a dívida. Ainda de acordo com o jornal especializado, “a extensão do período de carência do pagamento dos juros é da maior importância” para o país, “adiando em 10 anos o prazo de devolução inicial do crédito”.
Além disso, decidiu também o Eurogrupo, Portugal e Irlanda ficarão livres de participar na redução das taxas de juro cobradas nos empréstimos à Grécia enquanto estiverem a receber assistência financeira.
De salientar que esta decisão surge cerca de um mês depois de Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), ter defendido, como o Boas Notícias adiantou à data, que a Grécia e os outros países da Zona Euro com problemas orçamentais – entre eles Portugal e Espanha – devem ter mais tempo para reduzir os seus défices.
“Em vez de uma redução frontal e massiva (…) é preferível, por vezes, ter um pouco mais de tempo”, declarou, em Outubro, a chefe do FMI, referindo-se à atual conjuntura, no âmbito da qual muitos países, incluindo Portugal, estão a apostar nos cortes e na austeridade, o que acaba por asfixiar a recuperação económica.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]