Um menino de três anos salvou a vida do irmão, de apenas cinco, ao doar-lhe células da sua medula óssea depois de lhe ter sido diagnosticada uma leucemia que apenas poderia ser combatida com um transplante.
Um menino de três anos salvou a vida do irmão, de apenas cinco, ao doar-lhe células da sua medula óssea depois de lhe ter sido diagnosticada uma leucemia que apenas poderia ser combatida com um transplante. A história aconteceu em Buenos Aires, na Argentina.
Tudo começou há um ano quando, em Outubro de 2011, os médicos deram a pior das notícias aos pais de Benjamín, de três anos, e Faustino, de cinco. O filho mais velho sofria de leucemia e a única solução seria a transplantação. “Saber o diagnóstico foi muito forte, mas a única opção era lutar, enfrentar o problema”, contou Mariana Torriani, mãe das crianças, à BBC Brasil.
Depois de alguns meses de quimioterapia, os médicos do hospital público pediátrico Sor María Ludovica, na província de La Plata, localizada na capital argentina, sugeriram a alternativa do transplante, cientes de que os irmãos são normalmente os mais compatíveis para se ajudarem entre si neste tipo de situação.
“Eu disse-lhes toda a verdade desde o início. Disse ao Benjamín que ele ia poder ajudar o irmão a sair do hospital e a voltar para casa para brincar com ele”, revelou a progenitora, salientando que em nenhum momento a criança chorou ou mostrou medo de ser internada. “Expliquei-lhe que seria apenas como doar sangue ao irmão e ele entendeu”, afirmou.
Mãe quer que os filhos sirvam de exemplo
Em Junho, o momento do transplante chegou finalmente. Benjamín passou 48 horas internado e o irmão foi operado, regressando para casa dez dias depois. “Depositei toda a confiança no médico. Eles explicaram-me que os riscos são mínimos para os dadores e que o tratamento também avançou muito para os que necessitam de transplante”, confessou a mãe.
Agora, ambos os meninos se encontram de boa saúde, embora Faustino continue a precisar de cuidados especiais para evitar possíveis infeções. “Agora só temos de ter cuidado e paciência para a conclusão do tratamento, para que ele volte à vida normal”, sublinhou Mariana Torriani.
De acordo com a progenitora, a divulgação da história dos dois filhos tem um propósito: convencer cada vez mais pessoas a tornarem-se dadoras de medula. “Quis contar o que se passou com os meus filhos para que as pessoas não tenham medo de ser dadoras. Não tenham medo de salvar vidas”, concluiu.