O título será disputado no próximo ano, na África do Sul, e Pedro promete levar, para as suas bebidas, um dos melhores produtos portugueses: o mel da Serra de Portel. Trata-se de “um mel rico, um pouco mais líquido do que o britânico”, conta o profissional.
Este produto português é um dos ingredientes do famoso cocktail One D.O.M, pensado pelo jovem no âmbito da 10ª edição do National Cocktail Competition 2013, organizado pela Associação de Empregados de Bar do Reino Unido (UKBG), em Julho deste ano.
One D.O.M: um cocktail inglês com sabor a Portugal
Fruto de muitos meses de investigação, esta criação tem por base a bebida alcoólica Benedictine, mas também inclui vodka, sumo de lima, folhas de lima kaffir e clara de ovo.
Para chegar à receita, Pedro teve de estudar as propriedades do produto base, nomeadamente o seu método de produção, e “construir o ADN da bebida”, por forma a conseguir as melhores combinações possíveis.
“O Pedro deu provas de um alto nível de profissionalismo e dedicação durante todo o concurso”, escreve o presidente da UKBG, em comunicado. “Temos muitas expectativas para ele na final mundial, na África do Sul. Tendo em conta a qualidade do cocktail que ele aqui apresentou, acreditamos que o Reino Unido tem grandes hipóteses de ganhar”.
Na competição internacional, o mel que dá vida ao One D.OM – usado em diferentes doces tradicionais da Serra de Portel, em Portugal – será fornecido por uma empresa familiar, numa tentativa de Pedro de dar visibilidade ao seu país natal, ainda que vá em representação do Reino Unido.
Ao chegar até aqui, o jovem português sente que este poderá ser um ponto de viragem na vida que escolheu com apenas 12 anos, quando começou a ajudar o pai no restaurante de que era proprietário, para juntar dinheiro e comprar uma bicicleta. A partir daí, todos os verões foram passados a trabalhar em bares do Algarve, até ao fim do curso de Gestão Hoteleira.
“Gostava de abrir um bar em Londres”, conta Pedro. “Em Portugal é complicado, não só pela situação económica do país, mas também por toda a burocracia que isso implica. Aqui é exigente mas rápido”, justificou.
Por isso, por enquanto, regressar a Portugal só para ver família e amigos ou participar em iniciativas como o 1º Concurso de Barman do Ano, em 2014, para o qual já foi convidado enquanto presidente do júri.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes