O estudante do 11º ano da Escola Secundária Rodrigues de Freitas posicionou-se à frente dos seus concorrentes na prova do concurso destinada a estudantes estrangeiros, revelou Alexandra Azevedo, docente da escola do Porto.
De acordo com a professora de Latim, que deu aulas ao estudante no 10.º ano, concorreram jovens de cerca de dez países. A competição comporta ainda uma prova só para estudantes italianos.
Pela primeira vez um aluno de Portugal venceu o Certamen Horatianum, um título que “é muito valorizado nos outros países” que fazem concursos nacionais para escolher os melhores alunos.
Em Portugal, explicou a professora, costumam ser escolhidos para a competição os estudantes com notas superiores a 16.
António Gil Cucu vai no segundo ano de aprendizagem de Latim, com o docente Jorge Moranguinho, e superou concorrentes que “estudaram, pelo menos, quatro anos” desta língua morta.
“Para o António é o reconhecimento do seu trabalho e de que as Humanidades ainda têm alguma importância. Para nós, professores, é um orgulho imenso”, confessou Alexandra Azevedo.
Segundo a professora, o jovem “é um aluno muito bom” e pretende ingressar em Estudos Clássicos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Na perspetiva da docente, o latim ajuda imenso os alunos “ao nível do desempenho da língua materna” e também ao nível cultural. “Nos últimos anos temos estado a assistir à abolição do latim nas escolas, progressivamente”, lamentou.
Os prémios do Certamen Horatianum foram atribuídos na semana passada em Venosa, cidade onde nasceu o poeta Horácio.
De acordo com Cláudia Cravo, professora da Universidade de Coimbra, o prémio costuma ser ganho por alemães e austríacos, que aprendem esta língua desde muito pequenos.
[Notícia sugerida por Isabel Simões e Elsa Martins]