A prática de meditação antes das aulas pode ajudar os estudantes universitários a conseguir melhores notas e um desempenho escolar superior, concluiu um novo estudo norte-americano.
A prática de meditação antes das aulas pode ajudar os estudantes universitários a conseguir melhores notas e um desempenho escolar superior. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, que procurou compreender se esta atividade ajudaria os jovens a manter o foco e a reter informação.
A investigação, desenvolvida Robert Youmans e Jared Ramsburg, da Universidade George Mason e da Universidade do Illinois, respetivamente, consistiu na realização de três “experiências” de sala de aula numa instituição de ensino superior da Califórnia, nos EUA.
Uma amostra aleatória de estudantes foi convidada a seguir algumas instruções básicas de meditação antes das aulas e os jovens que meditaram obtiveram, depois, melhores resultados num inquérito realizado de seguida. Num dos casos, a meditação determinou mesmo quais os alunos que passaram e quais reprovaram no teste.
De acordo com um comunicado divulgado pela Universidade George Mason, o estudo mostrou também que os efeitos da meditação são mais fortes entre os alunos do 1º ano da universidade, o que quer dizer que pode ser mais benéfica para estes estudantes.
“Os dados do nosso estudo sugerem que a meditação pode ajudar os jovens que têm dificuldades em prestar atenção e em concentrarem-se. Infelizmente, as aulas do 1º ano contém mais estudantes deste tipo do que as dos anos seguintes porque alunos com estes problemas têm mais probabilidade de deixar a universidade”, explica Youmans, professor assistente de psicologia.
Segundo o especialista, “uma das principais dificuldades dos investigadores que estudam a meditação é que os supostos benefícios desta prática nem sempre se verificam em diferentes estudos e populações”, pelo que, em conjunto com o colega, tem tentado perceber porquê.
Rezar, fazer caminhadas ou planear o dia também é benéfico
Embora a razão ainda não esteja clara, Youmans acredita que, face às vantagens observadas, a autorreflexão poderá ter um papel importante entre os “caloiros”, já que o estudo mostrou melhorias significativas com apenas 6 minutos de exercícios de meditação, o que leva os investigadores a crer que um treino mais extensivo e com acompanhamento poderá trazer melhores resultados.
“Pessoalmente, descobri que a meditação ajuda à clareza mental, à concentração e à autodisciplina”, afirma Jared Ramsburg, budista e principal autor do estudo. “Acho que se a atenção plena tem estes efeitos, poderá ser útil numa variedade de situações e para uma grande diversidade de objetivos”, salienta.
Os investigadores sugerem mesmo que outros tipos de autorreflexão poderão ter consequências igualmente positivas, quer consistam em rezar, fazer longas caminhadas ou planear o dia de forma detalhada e atenta pela manhã.
“Basicamente, estar um pouco mais atento a nós próprios e ao nosso lugar no mundo pode ter um benefício prático muito importante – e, neste caso, permitir a obtenção de melhores notas na universidade”, concluem.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês) publicado na revista científica Mindfulness.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes