cápsula para simular uma missão a Marte, anunciou a Agência Espacial
Europeia. Dois deles vão integrar a verdadeira missão interplanetária,
ao lado de três astronautas russos e um chinês.
A Mars500 demora exatamente os mesmos dias que uma viagem a Marte e pretende testar a capacidade de resistência dos candidatos. A simulação da viagem inclui uma nave interplanetária, uma base de aterragem e paisagem marciana.
O objectivo é simular a viagem integral da forma mais real possível. A missão Mars500 vai arrancar numas instalações especiais em Moscovo, ainda este verão. A duração conta com os 250 dias da viagem, 30 de pesquisas na superfície marciana e 240 para o regresso, num total de 520 dias.
Os belgas Jerome Clevers e Arc`hanmael Gaillard, o francês Romain Charles e o colombo-italiano Diego Urbina são os europeus escolhidos para esta simulação. Durante a experiência, os quatro astronautas vão estar hermeticamente fechados num espaço com produtos consumíveis limitados. A tripulação só poderá comunicar através da Internet, que terá um delay de 20 minutos e sofrerá vários cortes para simular as condições reais de uma missão a Marte.
“Marte é o objetivo mais ambicioso do programa de exploração humana” da ESA, afirmou Simonetta Di Pippo, directora do programa Human Spaceflight, esta quarta-feira, em conferência de imprensa.
A ESA faz questão de “garantir que os astronautas estão o mais preparados possíveis para as exigências físicas e mentais das missões de longa duração e para lidar com os efeitos adversos destas missões”, acrescentou Di Pippo, salientando que a Mars500 representa uma grande evolução na preparação dos astronautas.
Di Pippo salientou ainda o valor da cooperação entre a ESA e Rússia. A Mars500 está a ser liderada pelo Instituto Russo para os Problemas Biomédicos, com participação da ESA, no âmbito do Programa Europeu para a Vida e Ciências Físicas de forma a preparar futuras missões tripuladas à Lua e a Marte.
Este teste é a última e a fase central da experiência Mars500, que começou em 2007. A primeira fase, em novembro daquele ano, incluiu uma simulação de 14 dias e testou sobretudo as instalações e os procedimentos operacionais.
A segunda fase ocorreu no ano passado, quando uma tripulação de quatro russos e dois europeus ficou fechada nas instalações durante 105 dias, a 31 de março.