A companhia de marionetas portuguesa Red Cloud vai participar, esta semana, num espetáculo na prestigiada Royal Opera House, em Londres. Menos de um anos após ter sido formada, a companhia portuguesa voltou a ser convidada para subir àquele palco, pa
A companhia de marionetas portuguesa Red Cloud vai participar, esta semana, num espetáculo na prestigiada Royal Opera House, em Londres. Menos de um anos após ter sido formada, a companhia portuguesa voltou a ser convidada para subir àquele palco, para a estreia da peça 'El Gato das Botas', do espanhol Xavier Montsalvatge.
“Foi uma surpresa quando recebemos o convite para fazer este trabalho”, conta Rui Henriques à Lusa. “Com tão pouco tempo de existência enquanto companhia, fazer esta colaboração com uma produção de ópera na Royal Opera House, é emocionante e é bom. É ótimo!”
Juntamente com Sara Henriques, deixou para trás dez anos na companhia do Teatro de Marionetas do Porto para criar um projeto próprio. O trabalho que agora lhes chega às mãos foi proposto por um velho conhecido, o encenador português Pedro Ribeiro, que foi desafiado a encenar esta ópera como primeiro espetáculo dos alunos do Programa de Jovens Artistas Jette Parker.
“Antes de vir para cá, trabalhei no Teatro de Marionetas do Porto desde 2004 e sempre tive esta ligação às marionetas. Sabia que queria trabalhar nesta produção, principalmente porque tem muitas cenas de fantasia. Precisava de personagens que conseguissem voar, que é uma coisa que os cantores ainda não conseguem”, explica.
Baseada num conto de Charles Perrault, a ópera conta a história de um gato fascinado por botas, que vai usar o seu espírito inventivo para ajudar o dono a ficar rico. O protagonismo do espetáculo pertence aos jovens cantores, enquanto Rui Rodrigues e Sara Henriques são responsáveis pelo manuseamento dos bonecos.
“É uma coisa a que eu não estou habituada só a fazer porque gosto. Além disso, o meu trabalho é de atriz, de intérprete e canto também. Aqui é um trabalho mais tradicional, mais clássico, que me remete àquilo que se fazia aqui há muitos anos, em que temos os narradores e os cantores ao lado no cenário e os manipuladores todos cobertos de preto a manipular os bonecos”, refere Sara.
Um dos papéis principais é interpretado pelo também português Luís Gomes, tenor escolhido para integrar o programa da Royal Opera House para cantores promissores, e que aprecia este espetáculo por ser dirigido a um público mais geral.
“Estamos a trabalhar com muitas marionetas e brinquedos de outros tempos e eu tenho algumas memórias de alguns desses brinquedos. É interessante brincar com eles e mostrar ao público o que de criança há em nós”, declarou.
O espetáculo fica em cena durante dois dias, tendo estreado na quarta-feira e com a última sessão marcada para sexta-feira.
Notícia sugerida por Maria Pandina