Aos 105 anos de idade, o realizador português Manoel de Oliveira prepara-se para iniciar, no Porto, a rodagem do seu novo filme, "O Velho do Restelo". As filmagens vão decorrer entre 09 e 13 de Abril, disse à Lusa fonte da produtora O Som e a Fúria.
Aos 105 anos de idade, o realizador português Manoel de Oliveira prepara-se para iniciar, no Porto, a rodagem do seu novo filme, “O Velho do Restelo”. As filmagens vão decorrer entre 9 e 13 de Abril, disse à Lusa fonte da produtora O Som e a Fúria.
Manoel de Oliveira estava há vários meses a aguardar financiamento para avançar com esta produção, que vai contar com a participação dos atores Luís Miguel Cintra, Ricardo Trepa, Diogo Dória e Mário Barroso.
De acordo com a produtora, só agora será possível começar a filmar, “com o patrocínio do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que reconheceu o mérito cultural deste projeto”, e com o apoio da ministra da Cultura e da Comunicação de França, Aurélie Filippetti.
Além disso, “O Velho do Restelo”, baseado em partes do livro “O Penitente, de Teixeira de Pascoaes, que evoca as diferenças entre Cervantes e Camilo Castelo Branco, terá ainda o apoio da autarquia portuense, através da Porto Film Commission, e da Universidade Católica do Porto.
No novo filme, Luís Miguel Cintra dará vida a Camões, Ricardo Trepa será D. Quixote, Diógo Dória encarnará o escritor Teixeira de Pascoaes e Mário Barroso será Camilo Castelo Branco.
“Teremos Pascoaes e D. Quixote, cada um trajando à sua época, cada um sentado na sua extremidade de um banco de pedra. A eles irão juntar-se Camilo Castelo Branco e Camões”, avança a sinopse de “O Velho do Restelo”, cuja finalização está prevista para Agosto.
O ano passado, em entrevista à revista francesa Cahiers du Cinéma, Manoel de Oliveira admitiu a falta de financiamento que foi entretanto solucionada. “Fazer este filme é como ganhar uma batalha. É difícil. A conjuntura económica trava e fragiliza a montagem financeira do filme”, constatou.
À data, o realizador lamentou ainda a falta de reconhecimento pelo seu trabalho em Portugal. “Eu penso que no País há uma grande indiferença pelo que eu já realizei. Tanto faz que o meu cinema exista ou não exista”, comentou.
Manoel de Oliveira, nascido no Porto em 1908, explicou ainda que, com “O Velho do Restelo”, quer refletir, uma vez mais, sobre a História de Portugal, nomeadamente sobre “a Invencível Armada e o presente”.
Notícia sugerida por Rosário Cruz