Uma vacina contra a malária poderá chegar ao mercado já em 2015. A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) revelou, esta terça-feira, que pretende solicitar a primeira aprovação científica europeia para uma vacina contra esta doença.
Uma vacina contra a malária poderá chegar ao mercado já em 2015. A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) revelou, esta terça-feira, que pretende solicitar a primeira aprovação científica europeia para uma vacina contra esta doença na sequência da realização de ensaios clínicos que trouxeram resultados “promissores”.
Atualmente, vários grupos farmacêuticos estão a trabalhar em vacinas contra a malária, transmitida por mosquitos e que mata 655 mil pessoas por ano. A vacina “RTS,S”, concebida pela GSK e destinada a crianças africanas (as principais vítimas da doença) é considerada a mais avançada.
Numa conferência sobre a malária que decorreu, recentemente, em Durban, na África do Sul, a GSK e o grupo Malaria Vaccine Initiative (MVI), apoiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, anunciaram os resultados da fase três dos ensaios clínicos que envolveram mais de 15.000 crianças.
“A eficácia da vacina foi de 46% para as crianças mais jovens (com 5 a 17 meses de idade durante a primeira vacinação) e de 27% para os bebés (com 6 a 12 semanas na primeira vacinação) ao longo dos testes realizados durante 18 meses”, disse à AFP o principal coordenador do teste, o médico Lucas Otieno do Kenya Medical Research Institute.
Segundo Otieno, os “resultados obtidos até agora” são “promissores”. “Os testes continuam e nós esperamos ter, em 2014, mais informações sobre a proteção a longo prazo [fornecida pela vacina]. Também avaliaremos a incidência de uma dose de reforço administrada 18 meses depois da vacinação”, adiantou o especialista.
Vacina pode vir a ser difundida a custo reduzido
Em comunicado, a GSK avançou que planeia solicitar, no próximo ano, a opinião científica da Agência Europeia do Medicamento (EMA) a propósito da vacina, que foi pensada especialmente para as crianças da África subsaariana e não para ser comercializada na Europa.
Caso a farmacêutica obtenha uma opinião favorável, a Organização Mundial de Saúde (OMS) poderá recomendar a vacina já em 2015, o que abriria caminho à sua difusão em África através da UNICEF e do programa humanitário Gavi Alliance a custo reduzido, com uma margem de lucro de 5% para a empresa fabricante.
“Os dados que obtivemos [a partir dos ensaios clínicos] levaram-nos à decisão de pedir um parecer em relação à vacina que, se for bem-sucedido, vai constituir-se como mais um passo para que tenhamos uma ferramenta adicional para combater esta doença mortífera”, explicou Andrew Witty, diretor executivo da GSK.
“Estamos gratos aos cientistas espalhados por África, à GSK e aos nossos parceiros que trabalharam de forma incansável durante quase 30 anos para nos trazer até este momento”, concluiu Witty.
A malária é provocada por um parasita, o Plasmodium, transmitido pela picada dos mosquitos, e tem como principais sintomas a febre, as dores de cabeça e os vómitos. A falta de tratamento rápido pode revelar-se fatal, desencadeando problemas circulatórios que na maioria dos casos resultam em morte.
Notícia sugerida por David Ferreira
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