A vacina está a ser desenvolvida pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKline e chama-se RTS,S. Os resultados foram anunciados esta terça-feira e publicados na revista The New England Journal of Medicine.
No início do desenvolvimento da RTS,S, na década de 80, os especialistas mostravam-se renitentes em relação à possibilidade de criar uma vacina contra a malária. Porém, os últimos 25 anos têm permitido confirmar que este fármaco protege crianças e adultos e que pode passar a fazer parte do calendário internacional de vacinação.
Neste momento está a decorrer a terceira fase de ensaios clínicos da vacina, que irão prosseguir por mais três anos, divididos por duas faixas etárias: recém-nascidos com seis a 12 semanas e bebés com cinco a 17 meses.
Primeira vacina contra a malária pode estar próxima
A informação publicada diz apenas respeito a um ano de testes em 6.000 crianças do segundo grupo. De acordo com Andrew Witty, diretor executivo da GlaxoSmithKline, “estes resultados aproximam-nos da obtenção da primeira vacina da malária, que tem o potencial de melhorar o horizonte de vida das crianças nas regiões endémicas da malária, em África”.
O diário espanhol “El Mundo” refere que os novos dados apontam para uma eficácia da vacina de 56% na redução de casos de malária clínica e de 47% de proteção face à malária severa.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já afirmou que poderia recomendar a aprovação da vacina para distribuição em África, em 2015, se os resultados corresponderem às expectativas dos investigadores.
Para 2013 são esperadas novas conclusões provisórias e em 2014 deverão chegar os dados definitivos. Caso se confirme a eficácia e segurança do fármaco, a primeira vacina contra a malária poderá ser uma realidade em 2015.
Informações reveladas pela OMS mostram que a malária provoca 800 mil mortes todos os anos, registando-se anualmente cerca de 225 milhões de novos casos. A maior parte das vítimas são crianças com menos de cinco anos de idade, na África subsariana.
Nas regiões onde têm sido adotadas medidas para controlo e prevenção da doença, o número de casos tem vindo a reduzir-se progressivamente.
[Notícia sugerida por Ana Isa Fernandes]