A campanha iniciou-se ainda este mês e deve prolongar-se até Abril do próximo ano. Durante estes cinco meses, equipas de investigadores da Argentina, Brasil, Bulgária, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Polónia, Coreia e Suíça, além dos portugueses, deslocam-se até à Antártida para estudar essencialmente o fenómeno das alterações climáticas.
“Há seis projetos científicos, todos eles com ligação às alterações climáticas e ambiente, em áreas como o 'permafrost' (solo permanentemente congelado), a neve, os contaminantes, a fisiologia de peixes e suas adaptações, pinguins e reconstituição de ambientes passados”, explicou ao Boas Notícias, Gonçalo Vieira, Coordenador da campanha.
Voo português transporta investigadores entre o Chile e a Antártida
A primeira equipa de investigadores partiu esta quarta-feira com destino ao Chile, local em que se inicia a colaboração mais importante de Portugal. O Programa Polar Português vai disponibilizar um avião alugado para o transporte dos investigadores entre Punta Arenas, no Chile, e Frei, na Ilha de King George, Antártida.
“Trata-se, pela primeira vez, de uma campanha em que Portugal, além de enviar investigadores para a Antártida, vai colaborar no apoio logístico às missões”, explicou Gonçalo Vieira “Este voo levará investigadores nacionais e estrangeiros, num total de cerca de 100”, acrescenta o explorador da Universidade de Lisboa.
Além do voo fretado, Portugal vai ainda contribuir para fortalecer colaborações com a Bulgária, Chile, Coreia do Sul e Polónia, escreve no seu blog, José Xavier, do IMAR, que também integra a campanha. Com um total de 18 portugueses envolvidos, esta torna-se na maior campanha portuguesa já realizada àquele continente gelado.
Financiamento base provém do Ministério da Educação e Ciência
A expedição integra investigadores do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, CERENA – Instituto Superior Técnico, Centro de Geofísica da Universidade de Évora, IPIMAR e Instituto do Mar (IMAR) da Universidade de Coimbra.
Os novos dados recolhidos no terreno vão permitir “consolidar a atividade das várias equipas nacionais. Vários destes projetos estão integrados em objetivos de pesquisa coordenados internacionalmente”, disse Gonçalo Vieira à redação do Boas Notícias.
O financiamento do projeto está por conta da Fundação para a Ciência e Tecnologia, embora haja “uma forte componente de programas parceiros, com quem temos vindo a colaborar”, explicou o investigador. “Há ainda parcerias especificas com o programa Gulbenkian Ambiente e com a Ortik, uma empresa portuguesa que colabora connosco na área do desenvolvimento de equipamento de alta montanha”.