Ao abrigo da iniciativa "Universidade Verde", a Universidade de Lisboa vai sofrer uma reestruturação ambiental para cortar com os gastos energéticos desnecessários no campus. O dinheiro poupado vai ser utilizado na atribuição de mais 168 bolsas de es
Ao abrigo da iniciativa “Universidade Verde”, a Universidade de Lisboa vai sofrer uma reestruturação ambiental para cortar com os gastos energéticos desnecessários no campus. O dinheiro poupado vai ser utilizado na atribuição de mais 168 bolsas de estudo para os alunos mais carenciados.As contas foram feitas pela própria instituição de ensino: apenas 1% de poupança anual permite a atribuição de mais 168 bolsas escolares para o ano de 2012. E, de acordo com o vice-presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), bastam pequenas medidas para contornar a situação.
“Há locais nas faculdades onde a luz e os computadores ficam ligados toda a noite. Ao mesmo tempo há alunos que não conseguem ter bolsas de estudo. Isto não pode acontecer”, afirmou Álvaro Ribeiro Esteves, em entrevista ao Diário de Notícias (DN).
Na semana passada realizou-se a primeira conferência “Universidade Verde”, onde se apresentou a iniciativa desenvolvida a partir das ideias apresentadas pelos próprios alunos à reitoria. Também foram averiguados os níveis de consumo e desperdício no campus universitário, com a ajuda dos funcionários que avaliaram os gastos de cada um dos 68 edifícios.
No ano passado, as faturas de água e energia da UL correspondiam a cerca de três milhões de euros, sendo que 70% do valor é referente ao consumo de eletricidade. “Temos a consciência de que há desperdício e todos devemos ser chamados a poupar. Da parte dos estudantes há cerca de 22 mil pares de olhos que podem dizer onde é que essa poupança pode ser feita”, refere o vice-presidente da AAUL ao DN.
Contudo, sublinha o estudante, “tem de haver uma otimização. Por exemplo, não se pode diminuir o horário da biblioteca para que esta esteja aberta menos horas para poupar luz. Este tipo de medidas não tem razão de ser, porque se vai prejudicar o aluno”.
Por isso, antes da implementação de medidas concretas, a UL vai lançar um concurso de ideias no qual todos podem participar, atendendo aos seus conhecimentos específicos. “Belas-Artes vai ajudar com o Design Ecológico; o instituto de Geografia vai fazer um estudo do impacto da temperatura… Será um projeto interdisciplinar”, diz Álvaro Ribeiro Esteves.