A cortiça portuguesa vai voltar a brilhar em Londres. Graças a uma parceria com a Corticeira Amorim e o Design Museum, na capital inglesa, uma rolha de cortiça lusitana ocupa um lugar de destaque na exposição "In The Making" naquele museu.
Até ao próximo dia 4 de Maio, a cortiça portuguesa vai voltar a brilhar em Londres. Graças a uma parceria com a Corticeira Amorim e o Design Museum, na capital inglesa, uma rolha de cortiça lusitana ocupa um lugar de destaque na exposição “In The Making” patente naquele museu e dedicada “à estética do objeto inacabado”.
Em comunicado, a Corticeira Amorim explica que a exposição, comissariada pelos designers “internacionalmente aclamados” Edward Barber e Jay Osgerby, apresenta 24 objetos semimanufaturados, entre os quais uma rolha, que é focada “através de um traço de cortiça semitransformado”.
A opção “evidencia a singularidade do processo de transformação desta matéria-prima natural” e pretende, assim, tornar “intuitiva a perceção do valor premium associado a este nobre objeto”, salienta a empresa.
Citados no mesmo comunicado, Edward Barber e Jay Osgerby salientam que a rolha de cortiça “é, talvez, o mais simples de todos os objetos expostos” nesta mostra. “Extraída do sobreiro, a cortiça é retirada em ciclos de nove anos e necessita de tempo para atingir a espessura ideal para se transformar numa rolha”, esclarecem.
“Escolhemos parar a produção quando o traço de cortiça está apenas parcialmente aproveitado, evidenciando tanto a beleza da matéria-prima, como o objeto propriamente dito”, acrescentam ainda os designers, que, na exposição, evidenciam um “diálogo permanente com o processo de transformação”.
Exposição quer captar beleza do processo de produção
O conjunto de objetos selecionados a par desta rolha de cortiça portuguesa, entre os quais uma bola de ténis, um bastão de cricket, uma moeda, uma nota e até mesmo um diamante, tem em comum um fator distintivo ou uma qualidade inesperada “mais facilmente identificados antes de [estes] assumirem a sua forma final”.
A exposição capta, assim, um instante peculiar e não convencional do tempo de produção de uma diversidade de objetos. “Sempre nos fascinou o processo de produção. Esta exposição é uma plataforma para capturar um momento congelado no processo de produção e revelar um objeto do quotidiano no seu estado incabado”, descrevem os criadores, que garantem que “muitas vezes o objeto é tão bonito, se não mais, como o produto final”.
Edward Barber e Jay Osgerby fundaram o seu estúdio de design, com sede em Londres, em 1996, depois de concluírem a sua formação académica no Royal College of Art, também na capital britânica.
No portfólio dos dois designers incluem-se, além de inúmeras coleções que integram museus de todo o mundo, obras de edição limitada e comissões públicas como a Tocha Olímpica de 2012 e uma nova moeda de 2£ concebida para o Royal Mint, organismo responsável pela produção de moedas no Reino Unido.