Na Lixa, no concelho de Felgueiras, uma jovem está a fazer sucesso com o bordado português. Patrícia Costa, uma educadora de infância, criou em 2011 uma empresa de bordados, que promoveu na internet e atualmente já exporta para França, Suíça, Estados
Na Lixa, no concelho de Felgueiras, uma jovem está a fazer sucesso com o bordado português. Patrícia Costa, uma educadora de infância, criou em 2011 uma empresa de bordados que promoveu na internet e que atualmente já exporta para França, Suíça, Estados Unidos e Austrália.
Bisneta de Bordadeiras, Patrícia Costa, de 27 anos, dedica-se à produção, totalmente manual, dos bordados típicos do Vale do Sousa. Tal como ela também o namorado, que dá apoio na gestão e gere a área da Internet, tem família com ligação ao bordado.
“As nossas avós e bisavós bordaram. É uma região muito rica neste tipo de artesanato e daí surgiu a oportunidade de criarmos um negócio relacionado com esta atividade tradicional”, conta Patrícia à Lusa.
Com a ajuda de cinco bordadeiras que estavam desempregadas, a empresária revela que o negócio está a “correr muito bem”, com um crescimento constante na faturação. O ano passado atingiu mesmo os 100.000 euros, o triplo de 2012.
Em 2011, a jovem decidiu criar um blogue para promover os seus produtos mas o sucesso foi tanto que rapidamente evoluiu para um ‘site’, intitulado Hearts – Hand Embroided Arts – com um vasto portefólio de produtos.
“Criámos peças aliando a tradição à modernidade”, afirma, explicando que o sucesso do negócio também se deve à aposta em mercados com elevado poder de compra, com produtos inovadores, incluindo acessórios de moda, como lenços de seda e carteiras de senhora.
Mais de 90% dos bordados, que incluem atoalhados de mesa, roupas e acessórios de moda que saem diariamente do seu ateliê destinam-se à exportação para França, Suíça, Estados Unidos e Austrália.
Há peças que custam 3.000 euros
Algumas peças chegam a custar mais de 3.000 euros pois demoram tempo a fazer (em certos casos mais de um mês), são exclusivas e feitas totalmente à mão. “Aqui não entram máquinas. É tudo manual, não são utilizados computadores ou 'software' de 'design'”, salienta Patrícia.
A empresária candidatou-se a um incentivo à internacionalização desenvolvido por uma incubadora de empresas de Braga com o objetivo de ultrapassar os 200.000 euros de faturação ainda este ano.
Graças a esse apoio, a empresa vai participar em feiras no Dubai, Japão, Estados Unidos, Suíça e Inglaterra.
“Só trabalhamos com tecidos naturais, como o algodão e o linho. Queremos que a nossa empresa valorize e preserve o meio ambiente e que reduza os gastos de energia”, garantindo que não se vai desviar do caminho seguido até agora.
Se tudo correr bem, Patrícia pretende “dar emprego às pessoas e valorizar o que é nosso”. Para além disso, tem ainda como objetivo apostar na formação de mão-de-obra, sobretudo de jovens da região que queiram aprender a arte de bordar de acordo com os métodos tradicionais.