Ler livros de auto-ajuda pode complementar de forma eficaz o combate à depressão. Um novo estudo escocês revelou que a leitura deste tipo de livro associada a sessões médicas que ensinem os pacientes a interpretá-los ajuda a aliviar os sintomas.
Ler livros de auto-ajuda pode complementar de forma eficaz o combate à depressão. Um novo estudo escocês revelou que a leitura deste tipo de livro associada a sessões médicas que ensinem os pacientes a interpretá-los ajuda a aliviar os sintomas e a ultrapassá-los.
O estudo, coordenado por Christopher Williams, da Universidade de Glasgow, envolveu mais de 200 pacientes diagnosticados com depressão pelos seus médicos de família, metade dos quais já estavam a ser tratados com antidepressivos.
De acordo com a BBC, foram oferecidos a alguns deles livros de auto-ajuda destinados a auxiliá-los a lidar com determinados aspetos importantes para quem tem uma depressão, como ser assertivo ou ultrapassar os problemas de sono.
Além de lerem este guia, os pacientes tiveram direito a três sessões com um conselheiro que os ajudou a extrair o melhor dos livros que lhes foram cedidos e a planear as mudanças que precisariam de fazer nas suas vidas.
Ao fim de quatro meses desta terapia alternativa, os participantes no estudo aos quais foram “prescritos” os livros de auto-ajuda revelavam já níveis mais baixos de depressão do que aqueles que continuaram a fazer a terapia convencional com o seu médico.
Um ano depois do início da experiência, os do primeiro grupo mostraram também ser mais capazes de se manterem no controlo da doença e de a superararem, como concluiu a investigação publicada na revista científica PLoS One.
Terapia revelou “impacto clínico muito significativo”
“A depressão ataca a motivação das pessoas e faz com que seja difícil acreditar que é possível mudar, mas nós descobrimos que esta terapia tem um impacto clínico muito significativo, o que é encorajador”, salienta Williams, citado pela BBC.
Segundo o escocês, autor de livros como “Overcoming Depression” ou “Low Mood”, as sessões de apoio à leitura dos livros poderão ser ministradas por clínicos gerais – ou seja, não serão exclusivas dos especialistas -, o que poderá, também, reduzir as listas de espera.
Na Escócia, um serviço telefónico gratuito de apoio aos pacientes com depressão que estão a ser tratados com o contributo dos livros de auto-ajuda já foi, aliás, estabelecido.
Para Williams, o grande desafio do serviço nacional de saúde britânico (NHS), onde os livros de auto-ajuda são uma solução usada em muitos locais, será implementar este modelo de forma mais ampla permitindo aos pacientes terem acesso a ele no âmbito dos cuidados primários.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).