A literacia nunca foi tão importante como no mundo digital em que vivemos onde impera a palavra escrita, sublinha o grupo de peritos da União Europeia que elaborou o estudo. No documento são feitas várias recomendações gerais para que, em 2020, 85 por cento dos jovens europeus com 15 anos tenham melhores níveis de literacia.
O relatório deixa, logo na introdução, um alerta: na União Europeia, um em cada cinco jovens na faixa dos 15 anos tem dificuldades de leitura e mais de 73 milhões de cidadãos apresentam níveis de literacia insuficientes para lidar com o mundo moderno.
“Portugal com melhorias espetaculares”
Com base em vários indicadores, mas sobretudo nos dados dos relatórios Pisa (estudos da OCDE que avaliam o sucesso dos sistemas educativos de vários países), o relatório aponta Portugal como um dos países que tem conseguido melhores resultados no combate à iliteracia e ao insucesso escolar. “Portugal está entre os países que alcançou uma melhoria mais espetacular nos relatórios Pisa da última década”, lê-se no documento.
Segundo os resultados do Pisa, Portugal foi o país que (entre 2000 e 2009) mais progrediu em termos de combate ao insucesso escolar, ficando, neste indicador em segundo lugar entre 17 países europeus analisados, sendo que em primeiro lugar ficou a Letónia. Ainda de acordo com os relatórios Pisa, Portugal é um dos países com menos disparidades entre a condição económica dos alunos e os resultados escolares, apresentando também uma menor divergência entre os resultados do sexo feminino e masculino.
Novas Oportunidades deram qualificação a 1.6 milhões
Os peritos citam o programa Novas Oportunidades, o Plano Nacional de Leitura, o projeto de promoção da leitura Cata-Livros e a organização não governamental Empresários pela Inclusão Social, entre outras iniciativas nacionais, como exemplos de boas práticas a seguir. O relatório é particularmente elogioso das Novas Oportunidades – programa atualmente em risco de ser extinto – salientando que, através do processo RVCC, esta iniciativa já permitiu a qualificação de mais de 1.6 milhões de portugueses.
O relatório foi elaborado pelo alto grupo de especialistas em literacia da União Europeia – entre os quais se encontra Roberto Carneiro, ex-ministro da Educação de Portugal (1987-91) e professor da Universidade Católica – e foi divulgado esta quinta-feira no Chipre, antecipando o Dia Internacional da Literacia, criado pela UNESCO, que se assinala no próximo sábado.
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