Em janeiro, um escândalo sexual atingiu a Alemanha com centenas de vítimas das escolas católicas – muitas delas jesuítas – a denunciar os abusos de que foram alvo entre os anos 50 e 80.
O prelado da província alemã dos jesuítas, Stefan Kiechle disse ao jornal Sueddeutsche Zeitung que os abusadores devem assumir e reparar as suas ações.
“No entanto”, continuou o responsável, “muitos [dos padres] desapareceram, estão doentes, ou mortos, por isso nós, enquanto ordem, temos de assumir a responsabilidade nos casos em que esses abusos que estão provados mas já não podem ser litigados”.
“Reconhecemos a necessidade de os jesuítas darem um sinal, para que o processo avance, no interesse das vítimas”, disse o prelado da província alemã dos jesuítas, Stefan Kiechle, em declarações.
Kiechle adiantou que a ordem vai avançar com as compensações sem esperar por uma decisão da Igreja Católica e está a ponderar uma indemnização simbólica, entre cinco a 25 mil euros, a cada uma das vítimas, depois de uma comissão independente apurar quem tem direito a ser ressarcido.
Além disso, não deve ser utilizado dinheiro de donativos para pagar as indemnizações, nem devem ser retiradas verbas de projectos em curso, e por isso a ordem “terá de fazer poupanças”, sublinhou o mesmo responsável.
O porta-voz da organização que representa as vítimas, Matthias Katsch, elogia a iniciativa mas salienta que cinco mil euros “não são suficientes”, acrescentando quer a Ordem dos Jesuítas deveria pagar 54 mil euros a cada vítima, “o que não seria exagerado”.
Kiechle, por sua vez, sublinhou que a soma a pagar “é simbólica, e apenas um gesto de impotência dos jesuítas perante o sofrimento das vítimas”.