Seis elementos da redação ficaram encarregues de recolher histórias para publicar, enquanto que outros três jornalistas dedicavam, todos os dias, uma hora e meia à transcrição dos artigos, servindo-se de marcadores de feltro e folhas A3. Os jornais manuscritos eram depois afixados à entrada dos centros de evacuação de Ishinomaki.
Ao longo de seis dias consecutivos, os jornalistas informaram os residentes que o sismo “foi o maior da história do Japão”, deram conta da chegada de equipas de resgate a algumas das regiões atingidas pelo desastre natural, incentivaram a comunidade a ultrapassar as dificuldades através da entreajuda e deram a notícia de que a energia elétrica havia sido reposta.
O Museu do Jornalismo de Washington, nos Estados Unidos da América, adquiriu sete dessas edições especiais e prevê expô-las ao público a partir do dia 02 de maio, noticia o Washington Post.
“Estes jornalistas estavam empenhados em providenciar informação crucial à sua comunidade e usaram apenas papel e caneta para o fazer”, lê-se no site do museu.
A cidade de Ishinomaki foi uma das mais atingidas pelo sismo e posterior tsunami de 11 de março. Estima-se que 80% dos edifícios da cidade tenham sido destruídos, 1300 pessoas morreram e mais de 2700 continuam desaparecidas.