A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) organizou uma visita ao Jardim Zoológico de Lagos, para que os invisuais pudessem explorar o mundo animal de uma maneira muito especial. Na visita participaram também não-cegos, dispostos a compr
A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) organizou uma visita ao Jardim Zoológico de Lagos, para que os invisuais pudessem explorar o mundo animal de uma maneira muito especial. Na visita participaram também não-cegos, dispostos a compreender as dificuldades com que se deparam os invisuais no seu dia-a-dia.Para os invisuais da ACAPO, “ver” os animais do Zoo de Lagos significa tocar em exemplares de peluche dos animais, em penas e escamas de tartaruga, para que todos possam percepcionar cores, formas e dimensões, mesmo às escuras, experienciando “os bocados de natureza” que aquele espaço algarvio tem para oferecer.
O casal Alda e Miguel Moreira também participou na visita. Sendo não-cegos, confessaram ao jornal Expresso que a experiência foi algo intimidante: “É um bocado assustador, porque eu preciso de ter o controlo sobre tudo e, de repente, não consigo fazer nada”, disse Alda.
O presidente da ACAPO-Algarve, o jovem de 21 anos Diogo Costa, relembra que “é importante que as pessoas percebam que ser cego não é só fechar os olhos, é utilizar os outros sentidos para se poder ver”.
Para reforçar a ideia, o casal de não-cegos participou num jantar “às escuras”, tendo jantado de olhos vendados. O desafio tornou-se mais difícil, com alguns a comerem ovos de cordoniz com a casca, a furarem pacotes de manteiga com o garfo e a pedirem comida e bebida aos jornalistas, em vez de optarem pelos empregados de mesa.
[Notícia sugerida pela utilizadora Maria José Oliveira]