Os rolos, que foram submetidos a temperaturas de 320º durante a erupção do Vesúvio, estavam em decomposição. Os papiros carbonizados foram desenterrados há 260 anos, na zona da antiga cidade Herculaneum (que terá sido fundada pelos gregos). Contudo, devido à sua fragilidade, nunca foram desenrolados.
Isto tem dificultado o trabalho dos investigadores que tentaram ler o seu conteúdo, até porque a tradicional técnica de tomografia (XCT) usada para interpretar documentos arqueológicos não funciona quando aplicada em materiais pintados com “a tinta de carvão usada nestes papiros”, lê-se no texto da investigação publicada na revista 'Natural Sciences'.
Por isso, a equipa do Instituto per la Microelettronica e Microsistemi del Consiglio Nazionale Delle Ricerche sujeitou os objetos a outra técnica de raios X, a XPCT, para conseguir aumentar o contraste da imagem, de forma a ser conseguir ler o que estava escrito no pergaminho.
Os cientistas aproveitaram também para ler, segundo a mesma técnica, os fragmentos do papiro PHerc.Paris.1, que ficou destruído quando o tentaram desenrolar.
A comparação entre os dois permitiu chegar à conclusão de que os dois pergaminhos foram redigidos pelo mesmo escriba, grego, uma vez que o estilo das letras de dois são idênticos. Pensa-se que o conteúdo diga respeito a um texto filosófico.
Os investigadores contaram com a colaboração do Laboratório Europeu de Radiação Sincrotron, localizado em França, que ajudou a analisar o PHerc.Paris.4, um dos dois rolos que Napoleão recebeu como presente.
Notícia sugerida por Maria da Luz